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quinta-feira, 2 de julho de 2015

As grandes regiões biogeográficas do planeta

Desde que as ideias evolucionistas de Darwin passaram a ser aceitas como explicação do processo de diversificação da vida na Terra, ficou evidente que as diferenças entre faunas e floras de continentes distintos deveriam ser resultado de histórias evolutivas diferenciadas.

Hoje se compreende perfeitamente que a movimentação dos continentes ao longo da história geológica como decorrência das dinâmicas de afastamento e aproximação das placas tectônicas, associada às flutuações climáticas de longo prazo, foi a responsável por processos evolutivos diferenciados em vários pontos da superfície terrestre, o que levou a uma diferenciação significativa na composição da fauna e da flora em cada uma das assim chamadas regiões biogeográficas do planeta.

Na primeira metade do século XIX, todavia, não existia ainda a principal chave para a compreensão desse fenômeno, que é a aceitação e o entendimento da deriva continental, cuja teoria, central para a explicação do movimento dos continentes, foi proposta pela primeira vez por Alfred Wegener em 1912 e só completamente aceita a partir da metade do século XX.

A ocorrência fóssil da flora de Glossopteris na África, Austrália, Antártida, sul da América do Sul e Índia, as semelhanças no recorte litorâneo das Américas, da Europa e da África e a similitude de rochas e dinâmicas estratigráficas entre esses continentes foram alguns dos elementos que levaram esse autor a propor, por meio da teoria mencionada, que todos os continentes atuais foram originalmente parte de um único supercontinente, chamado de Pangeia.

No entanto, como naquele momento ainda não havia nenhum mecanismo geológico conhecido capaz de fragmentar e mover continentes inteiros, essa teoria precisou esperar até a década de 1950 para que pudesse fazer sentido, com a descoberta da movimentação das placas tectônicas.

Adolf Engler, botânico alemão, foi muito importante por suas obras em Taxonomia Vegetal e Fitogeografia, “Die Natürlichen Pflanzenfamilien” ( As Famílias Naturais das Plantas)

Mesmo sem uma compreensão global dos mecanismos que promoveram tal diferenciação, o botânico alemão Adolf Engler (1844-1930) propôs, em 1879, uma primeira divisão ecológica do planeta levando em conta a distribuição de floras regionais visivelmente distintas.

Basicamente, ele dividia o mundo em quatro grandes zonas:
o domínio boreal extratropical, englobando a América do Norte, a Europa e o continente asiático ao norte do Himalaia;
o domínio paleotropical, englobando o continente africano do Saara para o sul, até as Índias Orientais;
o domínio sul-americano, englobando a América do Sul e a América Central, até o México;
e o domínio do velho oceano, estendendo-se da costa chilena, passando pelo extremo sul da África, pelas ilhas do Atlântico Sul e pelo Oceano Índico, até a Austrália e parte da Nova Zelândia.

Da mesma forma que Engler, Philip Sclater propôs, em 1858, um esquema para a divisão ecológica do planeta levando em conta a distribuição dos principais grupos de aves, partindo do princípio de que todas as espécies haviam sido criadas dentro da área na qual são encontradas hoje em dia. Essa divisão acabou sendo aceita e aprimorada por Alfred Russel Wallace, que incluiu dados de outras tantas espécies de vertebrados, incluindo mamíferos não voadores, os quais deveriam refletir as divisões naturais do planeta com mais precisão, tendo em vista as suas dificuldades de dispersão.

Ao aperfeiçoar a proposta de Sclater, Wallace propôs, em 1876, um mapa detalhado das seis regiões biogeográficas do planeta, veja figura abaixo, documento este que serviu como referência para os biogeógrafos por mais de um século, permanecendo sem nenhuma modificação.

Mapa das seis regiões biogeográficas proposto por Wallace em 1876, adaptado de Ritchison (s.d.). Retirado do livro Biogeografia de Adriano Figueiró e publicado pela Oficina de Textos.

Ben G. Holt e com um grupo de cientistas redividiram as seis regiões biogeográficas de Wallace em 11 regiões com base em informações mais detalhadas de distribuição de 20.000 espécies de aves, mamíferos e anfíbios. Veja imagem a seguir.

Mapa das 11 regiões biogeográficas proposto por Ben G. Holt e com um grupo de cientistas no artigo “An update of Wallace’s zoogeographic regions of the world”. Biogeografia de Adriano Figueiró e publicado pela Oficina de Textos.

Além da localização de um número maior de espécies de que dispunha Wallace, a atualização do mapa também levou em conta os registros de DNA dessas espécies, o que permitiu recompor relações de ancestralidade entre elas.


Fonte: http://www.comunitexto.com.br/as-grandes-regioes-biogeograficas-do-planeta/

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Uma entrevista da Ercília Torres ao Comunitexto - O frio das montanhas



Quem já fez uma viagem para regiões montanhosas ou praticou escalada, já deve ter percebido que nestas regiões é muito mais frio. Por exemplo, em locais como o Everest, que possui 8.848 metros de altitude, a temperatura atinge 30 graus Celsius negativos.




Everest. Fonte: Wikipedia.org


Isso ocorre por diferentes fatores atmosféricos, especialmente a pressão do ar, a composição molecular e a pouca absorção dos raios solares. Para falar um pouco mais sobre o tema, convidamos a Ercília Torres, doutora em Ecologia pela Universidade de Brasília (UnB), professora e pesquisadora do Departamento de Geografia da mesma instituição, e autora do livro Climatologia Fácil. Confira a entrevista completa abaixo!

Comunitexto: Os topos de montanhas e regiões mais distantes do nível do mar são muito frias. Segundo o seu livro Climatologia Fácil, uma série de fatores como os elementos da atmosfera são os causadores deste clima. Conte um pouco sobre o papel dos gases neste sentido.

Ercília Torres: Para se ter uma ideia do papel dos gases na distribuição vertical da temperatura do ar, é necessário falar um pouco sobre a atmosfera, que é a camada de gases e material particulado que envolve a Terra.

A composição da atmosfera não é constante nem no tempo, nem no espaço. Contudo, se removêssemos as partículas suspensas, vapor d’água e certos gases variáveis presentes em pequenas quantidades, encontraríamos uma composição muito estável sobre a Terra, até uma altitude de, aproximadamente, 80 km, com nitrogênio, oxigênio, dióxido de carbono, entre outros.

O nitrogênio e o oxigênio ocupam até 99% do volume do ar seco e limpo. A maior parte do restante, 1%, é ocupada pelo gás argônio. Embora estes elementos sejam abundantes, eles têm pouca influência sobre os fenômenos do tempo. A importância de um gás ou aerossol atmosférico não está relacionada à sua abundância relativa. Por exemplo, o dióxido de carbono, o vapor d’água, o ozônio e os aerossóis ocorrem em pequenas concentrações, mas são importantes para os fenômenos meteorológicos ou para a vida.

Embora constitua apenas 0,03% da atmosfera, o dióxido de carbono (CO2) é essencial para a fotossíntese e por ser um eficiente absorvedor de energia radiante (de onda longa) emitida pela Terra, ele influencia o fluxo de energia através da atmosfera, fazendo com que a baixa atmosfera retenha o calor, tornando a Terra própria à vida e à medida que subimos esse calor vai diminuindo.

O vapor d’água é um dos mais variáveis gases na atmosfera e também tem pequena participação relativa. Nos trópicos úmidos e quentes constitui não mais que 4% do volume da baixa atmosfera, enquanto sobre os desertos e regiões polares pode constituir uma pequena fração de 1%. Contudo, sem vapor d’água não há nuvens, chuva ou neve. Além disso, o vapor d’água também tem grande capacidade de absorção, tanto da energia radiante emitida pela Terra (em ondas longas), como também de alguma energia solar. Portanto, junto com o CO2, o vapor d’água atua como uma manta para reter calor na baixa atmosfera. Como a água é a única substância que pode existir nos três estados (sólido, líquido e gasoso) nas temperaturas e pressões existentes normalmente sobre a Terra, suas mudanças de estado absorvem ou liberam calor latente. Desta maneira, calor absorvido em uma região é transportado por ventos para outros locais e liberado. O calor latente liberado, por sua vez, fornece a energia que alimenta tempestades ou modificações na circulação atmosférica.

O ozônio (O3), tem presença relativamente pequena e distribuição não uniforme, concentrando-se entre 10 e 50 km (e em quantidades bem menores, no ar poluído de cidades), com um pico em torno de 25 km. Sua distribuição varia também com a latitude, estação do ano, horário e padrões de tempo, podendo estar ligada a erupções vulcânicas e atividade solar. A formação do ozônio na camada entre 10-50 km é resultado de uma série de processos que envolvem a absorção de radiação solar. A concentração do ozônio nesta camada deve-se provavelmente a dois fatores:

(1) a disponibilidade de energia ultravioleta e;
(2) a densidade da atmosfera é suficiente para permitir as colisões necessárias entre oxigênio molecular e oxigênio atômico.

A presença do ozônio é vital devido a sua capacidade de absorver a radiação ultravioleta do Sol. O átomo livre restante (na formação do ozônio) recombina-se novamente para formar outra molécula de ozônio, liberando calor. Na ausência da camada de ozônio a radiação ultravioleta seria letal para a vida.

Além de gases, a atmosfera terrestre contém pequenas partículas, líquidas e sólidas, chamadas aerossóis. Embora a concentração dos aerossóis seja relativamente pequena, eles participam de processos meteorológicos importantes. Alguns aerossóis funcionam como núcleos de condensação para o vapor d’água e são importantes para a formação de nevoeiros, nuvens e precipitação. Outros podem absorver ou refletir a radiação solar incidente, influenciando a temperatura do ar. Assim, quando ocorrem erupções vulcânicas com expressiva liberação de poeira, a radiação solar que atinge a superfície da Terra pode ser sensivelmente alterada.

CT: A absorção de calor nos diferentes níveis da atmosfera varia. A senhora pode falar um pouco mais sobre os motivos pelos quais isto ocorre?

ET: A atmosfera é subdividida em camadas, de acordo com o perfil vertical médio de temperatura. A camada inferior, onde a temperatura decresce com a altura, em função da diminuição da quantidade de gases, é a troposfera, que se estende a uma altitude média de 12 km. Nesta camada a taxa de variação vertical da temperatura tem valor médio de 6,5°C/km. Na troposfera as propriedades atmosféricas são facilmente transferidas por turbulência de grande escala e mistura. O seu limite superior é conhecido como tropopausa.

A camada seguinte, a estratosfera, se estende até aproximadamente 50 km. Inicialmente, por uns 20 km, a temperatura permanece quase constante e depois cresce até o topo da estratosfera, a estratopausa. Temperaturas mais altas ocorrem na estratosfera porque é nesta camada que o ozônio está concentrado. O ozônio absorve radiação ultravioleta do sol. Consequentemente, a estratosfera é aquecida.

Na mesosfera a temperatura novamente decresce com a altura (não há ozônio presente) até seu limite superior, a mesopausa, que está em torno de 80 km, onde atinge -90°C. Acima da mesopausa, e sem limite superior definido, está a termosfera, onde a temperatura é inicialmente isotérmica e depois cresce rapidamente com a altitude, como resultado da absorção de ondas muito curtas da radiação solar por átomos de oxigênio e nitrogênio. Embora as temperaturas atinjam valores muito altos, estas não podem ser comparadas àquelas experimentadas próximas a superfície da Terra. Temperaturas são definidas em termos da velocidade média das moléculas. Como as moléculas dos gases da termosfera se movem com velocidades muito altas, a temperatura é obviamente alta. Contudo, a densidade é tão pequena que muito poucas destas moléculas velozes colidiriam com um corpo estranho; portanto, só uma quantidade insignificante de energia seria transferida. Portanto, a temperatura de um satélite em órbita seria determinada principalmente pela quantidade de radiação solar que ele absorve e não pela temperatura do ar circundante.

Entre as altitudes de 80 a 900 km (na termosfera) há uma camada com concentração relativamente alta de íons, a ionosfera. Nesta camada a radiação solar de alta energia de ondas curtas (raios X e radiação ultravioleta) tira elétrons de moléculas e átomos de nitrogênio e oxigênio, deixando elétrons livres e íons positivos. A maior densidade de íons ocorre próximo a 300 km. A concentração de íons é pequena abaixo de 80 km porque nestas regiões muito da radiação de ondas curtas necessária para ionização já foi esgotada. Acima de 400 km a concentração é pequena por causa da extremamente pequena densidade do ar, possibilitando a produção de poucos íons. A ionosfera tem pequeno impacto sobre o tempo, porém, é nela que ocorre o fenômeno das auroras. As auroras estão relacionadas com o vento solar, um fluxo de partículas carregadas, prótons e elétrons, vindas do Sol com alta energia. Quando estas partículas se aproximam da Terra, elas são capturadas pelo campo magnético da Terra e descrevem trajetórias espiraladas ao longo das linhas de indução do campo magnético terrestre, movendo-se para frente e para trás entre os pólos magnéticos sul e norte, onde são “refletidas” devido ao aumento do campo magnético. Estes elétrons e prótons aprisionados constituem os chamados “cinturões radioativos de Van Allen”. Algumas partículas acompanham o campo magnético da Terra em direção aos pólos geomagnéticos, penetrando na ionosfera, onde colidem com átomos e moléculas de oxigênio e nitrogênio, que são temporariamente energizados. Quando estes átomos e moléculas retornam do seu estado energético excitado, eles emitem energia na forma de luz, o que constitui as auroras.

CT: Existem exceções em relação a estas regiões, por exemplo, alguma que seja mais quente do que outras montanhas?

ET: Desconheço algum caso em que, naturalmente, o topo de uma montanha apresente temperatura mais elevada.

CT: Quando se começou a estudar estes diferentes tipos de temperatura conforme a altitude?

ET: O nome da ciência Meteorologia tem origem em uma obra escrita por Aristóteles c. 340 a.C., “Meteorológica”, que reunia o conhecimento da época sobre clima e tempo. O desenvolvimento científico da meteorologia ocorreu a partir do século 16, com o desenvolvimento de equipamentos de medição como o termômetro e o barômetro. Porém, as investigações sobre variação de parâmetros meteorológicos ao longo da atmosfera começaram com os irmãos Montgolfier, inventores franceses, do século XVIII, dos balões de ar aquecido. Depois de terem feito sua famosa volta sobre Paris, em 1783, muitos outros balconistas subiram aos céus com aparelhos meteorológicos rudimentares para medir a temperatura da atmosfera. A diminuição gradual da temperatura do ar e da pressão atmosférica foi experimentada e relatada pelas primeiras vezes. Em seguida, James Glaisher, meteorologista inglês, juntamente com o balonista Henry Coxwel, escreveu “Travels in the Air” (1871), sobre suas pesquisas sobre a atmosfera a bordo de balões. A partir daí, o conhecimento sobre a atmosfera foi só aumentando.

CT: Por fim, a senhora acredita que ainda existam muitos fatores a serem descobertos ou estudados em relação às temperaturas conforme altitudes?

ET: Em minha opinião, apesar de já se ter avançado muito sobre o conhecimento da atmosfera terrestre, ainda há muito que investigar, pois a dinâmica relação entre Terra e atmosfera é muito complexa e nem todos os fatores envolvidos nessa relação são bem compreendidos ou até mesmo conhecidos.

Fonte da Informação: http://www.comunitexto.com.br/

sábado, 19 de julho de 2014

O fenômeno dos rios voadores



Os rios voadores são “cursos de água atmosféricos”, formados por massas de ar carregadas de vapor de água, muitas vezes acompanhados por nuvens, e são propelidos pelos ventos. Essas correntes de ar invisíveis passam em cima das nossas cabeças carregando umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Essa umidade, nas condições meteorológicas propícias como uma frente fria vinda do sul, por exemplo, se transforma em chuva. É essa ação de transporte de enormes quantidades de vapor de água pelas correntes aéreas que recebe o nome de rios voadores – um termo que descreve perfeitamente, mas em termos poéticos, um fenômeno real que tem um impacto significante em nossas vidas.

A floresta amazônica funciona como uma bomba d’água. Ela puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano Atlântico e carregada pelos ventos alíseos. Ao seguir terra adentro, a umidade cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração da árvores sob o sol tropical, a floresta devolve a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água. Dessa forma, o ar é sempre recarregado com mais umidade, que continua sendo transportada rumo ao oeste para cair novamente como chuva mais adiante.

Propelidos em direção ao oeste, os rios voadores (massas de ar) recarregados de umidade – boa parte dela proveniente da evapotranspiração da floresta – encontram a barreira natural formada pela Cordilheira dos Andes. Eles se precipitam parcialmente nas encostas leste da cadeia de montanhas, formando as cabeceiras dos rios amazônicos. Porém, barrados pelo paredão de 4.000 metros de altura, os rios voadores, ainda transportando vapor de água, fazem a curva e partem em direção ao sul, rumo às regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e aos países vizinhos.

É assim que o regime de chuva e o clima do Brasil se deve muito a um acidente geográfico localizado fora do país! A chuva, claro, é de suma importância para nossa vida, nosso bem-estar e para a economia do país. Ela irriga as lavouras, enche os rios terrestres e as represas que fornecem nossa energia.



O caminho dos rios voadores. Fonte: Projeto Rios Voadores





O diagrama ao lado mostra os caminhos dos rios voadores. Clique na imagem para abrir em tamanho maior, para melhor visualização.

Na página dos Vídeos e das Animações Didáticas, há outros recursos que explicam os processos de formação dos rios voadores.

Por incrível que pareça, a quantidade de vapor de água evaporada pelas árvores da floresta amazônica pode ter a mesma ordem de grandeza, ou mais, que a vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s), tudo isso graças aos serviços prestados da floresta.

Estudos promovidos pelo INPA já mostraram que uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro é capaz de bombear para a atmosfera mais de 300 litros de água, em forma de vapor, em um único dia – ou seja, mais que o dobro da água que um brasileiro usa diariamente! Uma árvore maior, com copa de 20 metros de diâmetro, por exemplo, pode evapotranspirar bem mais de 1.000 litros por dia. Estima-se que haja 600 bilhões de árvores na Amazônia: imagine então quanta água a floresta toda está bombeando a cada 24 horas!

Todas as previsões indicam alterações importantes no clima da América do Sul em decorrência da substituição de florestas por agricultura ou pastos. Ao avançar cada vez mais por dentro da floresta, o agronegócio pode dar um tiro no próprio pé com a eventual perda de chuva imprescindível para as plantações.

O Brasil tem uma posição privilegiada no que diz respeito aos recursos hídricos. Porém, com o aquecimento global e as mudanças climáticas que ameaçam alterar regimes de chuva em escala mundial, é hora de analisarmos melhor os serviços ambientais prestados pela floresta amazônica antes que seja tarde demais.

Obs. O termo “rios voadores” foi popularizada pelo prof. José Marengo do CPTEC.

Links de sites relacionados ao tema.
CPTEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos: www.cptec.inpe.br
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais: www.inpe.br
INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia: www.inpa.gov.br
LBA – Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia : lba.inpa.gov.br/lba/
IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia: www.imazon.org.br


Fonte da Informação: http://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores/

sábado, 17 de maio de 2014

Elementos que caracterizam o clima


Entende-se por clima o conjunto das variações sofridas pelo tempo ao longo de um ano. Como os anos não são iguais em termos meteorológicos, para caracterizar o clima de uma cidade ou região é preciso medir essas variações durante um período de pelo menos 30 anos consecutivos.

Clima é diferente de tempo. O tempo são as variações meteorológicas atuais ou a serem previstas pelos meteorologistas, num prazo máximo de 15 dias.

As características de um clima que devem ser medidas durante 30 anos são chamadas de elementos meteorológicos, e é sobre estes elementos que falaremos a seguir.

Para tornar mais concretos os conceitos a serem apresentados, tomaremos como exemplo o clima de Lagoa Vermelha, cidade localizada no nordeste do Rio Grande do Sul. Ela situa-se a 801 metros acima do nível do mar, no topo do Planalto Sul-Rio-Grandense.



1. Precipitação pluviométrica

A precipitação pluviométrica é o volume de chuva que cai em um determinado local. Ele é medido através de um aparelho chamado pluviômetro, que consiste em um funil por onde a água da chuva entra, indo se acumular num reservatório localizado logo abaixo. Um milímetro de água de chuva acumulada no pluviômetro equivale a 1 litro de água em 1 metro quadrado. Periodicamente, o observador vem e, com uma pipeta graduada, mede o volume de água acumulada desde a última observação. 

O pluviógrafo é outro aparelho, que faz isso com mais precisão, registrando num gráfico as alturas das precipitações em relação ao tempo, gerando assim um gráfico chamado pluviograma. 

O gráfico abaixo mostra a distribuição média das chuvas em Lagoa Vermelha. Vê-se claramente que chove bem mais do final do inverno (agosto) ao início do outono, embora com uma sensível redução em novembro. 

Os meteorologistas costumam observar qual o trimestre mais chuvoso e qual o mais seco. Neste caso, vê-se que o mais chuvoso é agosto-setembro-outubro e o mais seco, abril-maio-junho. Também é importante observar a precipitação pluviométrica total do ano, que na cidade analisada é de 1.658,9 mm em média. Para efeito de comparação, em Belém (PA) a precipitação anual é de 2.889 mm. 




Precipitação pluviométrica




2. Dias de chuva

Além da precipitação pluviométrica mensal e anual, é importante saber o número de dias do ano em que chove. Como se vê no gráfico abaixo, na cidade analisada a média mensal varia entre 9 e 13, com uma média anual de 11,2 dias.
A variação do número de dias com chuva acompanha, como era de se esperar, a variação da precipitação pluviométrica, sendo as curvas dos dois gráficos semelhantes.




Dias de chuva




3. Temperatura

A temperatura certamente é um dos elementos meteorológicos mais importantes e os climatologistas costumam trabalhar com três valores: a temperatura máxima, a mínima e a média compensada.

a) Média das Máximas
Os termômetros existentes nos abrigos meteorológicos registram automaticamente as temperaturas máxima e mínima, que são anotadas pelo observador diariamente. O gráfico abaixo mostra uma variação uniforme das máximas mensais, com um valor máximo em janeiro, decrescendo uniformemente até chegar a um valor médio mensal mínimo em junho, e a partir daí aumentando gradativamente até dezembro. Essa regularidade mostra estações do ano bem marcadas, o que é típico da região Sul do Brasil. 




Média das máximas


b) Média das Mínimas
As médias mensais das temperaturas mínimas de Lagoa Vermelha dão um gráfico muito semelhante ao gráfico das médias das máximas, abaixo. Isso pode parecer muito natural, mas nem sempre é assim. Em Belo Horizonte (MG), por exemplo, as máximas mais baixas ocorrem em junho, mas em novembro elas são mais baixas que em outubro. 




Média das mínimas


c) Médias das Médias Compensadas

Nas estações meteorológicas são feitas leituras das temperaturas de seis em seis horas, às 9h, 15h e 21h, por exemplo. Para um perfeito controle, dever-se-ia fazer uma quarta leitura, às 3h da madrugada, o que não costuma ocorrer, por se tratar de horário de descanso do observador. Assim, a temperatura média que se calcula não é exatamente a média do dia, pois falta o valor das 3h. O que os meteorologistas fazem então é calcular uma média das três leituras, mais a máxima e a mínima. A média desses cinco valores é chamada de temperatura média compensada. O gráfico abaixo, médias mensais das médias compensadas, é muito semelhante ao gráfico das médias das máximas e ao das médias das mínimas, confirmando as estações do ano bem marcadas.




Média das médias compensadas




4. Evaporação

A água superficial, por ação do calor do sol, passa para o estado de vapor. Quanto mais calor houver, maior será a evaporação; portanto, ela será maior no verão do que no inverno. Mas a taxa de evaporação depende também da umidade relativa do ar, pois se ela for elevada fica difícil a entrada de mais umidade, ou seja, de mais vapor de água. Pode-se medir a evaporação em um determinado local de duas maneiras. 




Evaporação



Uma é com o instrumento chamado evaporímetro Piché. Ele consiste em um tubo graduado, fechado embaixo com papel-filtro, que fica dentro do abrigo meteorológico. A outra maneira é com o tanque de evaporação Classe A, um cilindro que fica a 30 cm do solo e no qual se mede a variação do nível da água, avaliando assim a perda por evaporação.

O gráfico acima mostra uma evaporação máxima em dezembro (112,4 mm), diminuindo daí em diante até fevereiro (77,4 mm), uma leve elevação em março (89,5 mm) e nova queda até junho (quando chega a apenas 57,0 mm). A partir daí, a evaporação sobe constantemente, até dezembro.



5. Insolação

Chama-se de insolação, em Meteorologia, o número de horas em que a luz do sol chega até a superfície da Terra sem interferência de nuvens. Ela é medida através de uma semiesfera de quartzo que fica exposta ao sol sobre um papel fotossensível. 

O gráfico abaixo mostra que a insolação em Lagoa Vermelha é máxima em janeiro (227 horas) e mínima em junho (151 horas). Isso pode parecer normal, já que junho é inverno e janeiro, verão. Mas em Belo Horizonte ocorre praticamente o contrário: a insolação é máxima em julho (259,79 horas) e mínima em dezembro (142,7 horas). 

A insolação anual atinge 2.212 horas em Lagoa Vermelha, menos do que em Fortaleza (2.695), Brasília (2.598), Recife (2.465), Porto Alegre (2.257) e Salvador (2.226), mas mais do que no Rio de Janeiro (1.927) e em São Paulo (1.826).

Como era de se esperar, o gráfico da insolação assemelha-se ao da evaporação, pois é o calor do sol que faz a água evaporar. 




Insolação




6. Nebulosidade

Nebulosidade é um elemento meteorológico que traduz a fração da abóbada celeste que é ocupada por nuvens. Segundo as normas meteorológicas atuais, o céu é dividido em octas (ou décimas, dependendo da região) e, a partir do número de octas com cobertura total de nuvens, a nebulosidade é dividida em:
a) céu limpo ou ensolarado: nenhum vestígio de nuvens (nenhuma octa encoberta);
b) céu quase limpo: pelo menos uma octa está encoberta;
c) céu pouco nublado: pelo menos duas octas encobertas; 
d) céu parcialmente nublado: pelo menos quatro octas (aproximadamente metade do céu) encobertas pelas nuvens; 
e) céu quase nublado: no mínimo seis octas encobertas;
d) céu nublado: as oito octas estão totalmente encobertas pelas nuvens.

O gráfico abaixo foi feito de modo diferente. A nebulosidade foi avaliada três vezes por dia, usando uma escala que varia de 0 a 10. Ele mostra que em Lagoa Vermelha a nebulosidade é máxima em agosto. O fato de o céu ser mais limpo em meses frios, como maio a julho, do que no verão explica-se por haver menos evaporação quando faz frio, com consequente menor formação de nuvens. 




Nebulosidade




7. Umidade relativa do ar

A umidade relativa do ar mede a porcentagem de vapor d’água que há no ar. Quando ele está saturado de água, a umidade é de 100%.




Umidade relativa do ar




8. Pressão atmosférica

É a pressão exercida pelo peso da atmosfera num determinado ponto da superfície da Terra. É medida pelo barômetro e traduzida em milibares, atmosferas, hectopascais, milímetros de mercúrio ou quilopascais. Dessas unidades, as mais usadas pelos meteorologistas são as três primeiras, sendo as três últimas as mais empregadas no meio científico.

A pressão atmosférica é importante quando medida em uma área ampla, muito maior que os limites de um município, já que localmente a média mensal praticamente não varia. Ou então quando medida em um mesmo local, mas várias vezes por dia, pois existe uma variação ao longo do dia, por influência do calor do sol. Portanto, médias mensais obtidas a partir de uma única estação meteorológica têm pouco significado.

É importante lembrar também que a pressão atmosférica ao nível do mar é de 1.013 hectopascais e que quanto maior a altitude menor é a pressão. A cada 8 m de altitude, ela diminui em média 1 hectopascal. Desse modo, em Lagoa Vermelha, que fica cerca de 800 m acima do nível do mar, a pressão atmosférica deve oscilar em torno de 900 hectopascais. E é isso que mostra, de fato, o gráfico abaixo. 




Pressão atmosférica




Fontes :
BRANCO, Pércio de Moraes Branco. O Clima de Lagoa Vermelha. In: Lagoa Vermelha e municípios vizinhos. Porto Alegre: EST, 1993. 306p. il. p. 27-42.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Terra: uma história climática


O geólogo alemão Ulrich Glasmacher foi um dos grandes destaques da 65ª Reunião Anual da SBPC

Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/

O debate climático tem se tornado tão monótono - ou, mesmo, enfadonho - que o leitor pode até desanimar diante de mais um texto sobre a questão. Mas vale a pena ouvir UlrichGlasmacher, geólogo da Universidade de Heidelberg (Alemanha) - nem que seja para discordar. Sua conferência sobre mudanças climáticas foi um dos grandes momentos da 65ª Reunião Anual da SBPC. A abordagem lúcida e informada - sem espaço para alarmismos ou discursos politizados - rendeu elogios ao conferencista. Pois, segundo os participantes, sua fala foi marcada por precisão e austeridade.

A conferência de Glasmacher foi, na verdade, uma aula. Ele narrou a história geológica do planeta e explicou aos ouvintes quais são os principais fatores que determinam o clima da Terra.

Breve iniciação: o beabá da climatologia

"O principal condicionante do clima na Terra é o Sol", esclareceu o geólogo. Nosso astro rei segue ciclos bem definidos - o principal deles respeita a periodicidade de 11 anos, aproximadamente. A cada um desses ciclos, a atividade solar aumenta sua intensidade. Resultado: mais energia, na forma de luz e calor, é emitida para a Terra. Um notável pico de intensidade solar referente a esse ciclo aconteceu por volta do ano 2000. "Naquele ano, o Sol irradiou muito calor", lembrou. Um novo pico, menos intenso, foi registrado por volta de 2010 - Glasmacher, sempre muito didático, mostrou interessantes gráficos para ilustrar esses dois momentos.

Outro condicionante climático destacado pelo pesquisador foi o chamado ciclo de Milankovitch - os movimentos planetários que alteram as distâncias e os ângulos entre a Terra e o Sol. E, como bom geólogo, não esqueceu de mencionar o papel do vulcanismo e das atividades sísmicas - que também são importantes variáveis a interferir em nosso sistema climático. "Mas, infelizmente, nem sempre nos lembramos disso: esses dois elementos não costumam fazer parte das modelagens do clima." (Falando em modelos, a CH On-line já publicou um pequeno vídeo didático sobre a questão).

Naturalmente, Glasmacher também falou acerca da influência dos gases de efeito estufa, como o metano (CH4), o dióxido de nitrogênio (NO2), o dióxido de carbono (CO2), entre tantos outros, sobre o clima. Preferindo não oxigenar as polêmicas, o pesquisador lembrou que debates a esse respeito costumam ser exaustivos. "Mas nós, sozinhos, não causamos aquecimento; essa é uma afirmação que faço como cientista", ressaltou, referindo-se à variedade e à complexidade dos mecanismos reguladores do sistema climático.

Outros momentos da história do clima da Terra, como a 'pequena idade do gelo' e o 'ótimo climático medieval', também foram explicados durante a palestra - reafirmando seu caráter didático. Até aí, teria sido uma excelente aula, e ficaria por isso mesmo. Mas Glasmacher foi além, lançando uma instigante reflexão: "quem tem o direito de decidir que clima queremos?"

"Um esquiador na Alemanha vai adorar ver mais neve no inverno; alguém no Brasil pode querer mais Sol e calor, enquanto o vizinho pode desejar mais chuvas para suas plantas", exemplificou o pesquisador. "Quem deve opinar sobre isso? As Nações Unidas? Os Estados Unidos? A União Europeia? Governos? Indivíduos? Que temperatura queremos manter?", questionou. "Esse não é um problema trivial, e deve ser devidamente tratado pela sociologia, pela política, pela geografia..."

O geólogo lembrou que costumamos dizer que o degelo da Groenlândia, por exemplo, nos traria resultados catastróficos; mas, para os vikings, foi ótimo ter encontrado lá um clima aprazível e um continente sem gelo. "Entre os anos 900 e 1000, as condições climáticas por lá eram bem mais amenas que hoje."

Em tempo: Glasmacher não deixou de falar sobre os desvairados projetos de geoengenharia, propostos em várias ocasiões por diversos cientistas - tema que já rendeu boas reflexões na CH On-line. São iniciativas que visam controlar o clima da Terra por meio de megaempreitadas do tipo espelhos gigantes no espaço, captura de carbono em depósitos subterrâneos, fertilização do oceano, fabricação de nuvens artificiais e por aí vai. "Não tenho nenhuma simpatia por esse tipo de ideia", declarou.

Perspectivas e reflexões

O pesquisador afirmou que, ao contrário do que esperávamos, a temperatura média do planeta não está aumentando. "Por quê? Não sabemos." O que se observa, segundo ele, é o aumento da frequência de eventos extremos, como enchentes, por exemplo, que castigaram a Alemanha em 2013.

"Sempre tivemos, na Terra, alternância entre períodos de clima quente e períodos de clima frio", disse o geólogo. "Em termos geológicos, nosso planeta caminha para um resfriamento." Esse processo teria se iniciado por volta de 35 milhões de anos atrás, quando a Antártica passou a ser coberta por gelo. "Mas também há muita incerteza sobre essa questão", confessou.

Certeza, segundo ele, é que as atividades antrópicas estão alterando a composição química da atmosfera. Glasmacher mencionou ainda que "preocupante mesmo é o fato de, em muitos países, pessoas continuarem a ocupar áreas inapropriadas, áreas de risco, suscetíveis a eventos climáticos rigorosos".

"Nós precisamos do planeta; mas o planeta não precisa de nós", disse o geólogo. "A Terra continuará sua evolução e, ao longo dos próximos milhões de anos, a vida certamente seguirá se perpetuando, com ou sem a presença humana no planeta", profetizou. "Quem diz o contrário, só quer gerar medo."

Fonte da Informação: (Henrique Kugler, Ciência Hoje On-line) http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/reuniao-anual-da-sbpc-2013/terra-uma-historia-climatica

terça-feira, 9 de julho de 2013

Curiosidades sobre a neve





A neve sempre povoou o imaginário das pessoas, especialmente na infância. Afinal, que brasileiro nunca teve vontade de apreciar a beleza desse fenômeno natural ou simplesmente se divertir fazendo bonecos de neve? Você sabe como a neve se forma?

A neve é basicamente uma precipitação na forma sólida e consiste na queda de microcristais de gelo, isolados ou em flocos. Esses cristais se formam nas nuvens, cuja temperatura interna está entre ‑20°C e -40°C. Apesar disso, só chegarão à superfície nesta forma de pequenos flocos se o ar estiver muito frio em todo o percurso. Confira abaixo um vídeo do Climatempo, uma das maiores empresas de Meteorologia da América Latina, explicando mais sobre este fenômeno e falando sobre os casos que já ocorreram no Brasil.


Por que a neve demora a derreter?

Quando existe uma quantidade grande de neve acumulada, um dia bem quente e ensolarado pode não ser o suficiente para derretê-la. Isso ocorre pela capacidade reflexiva da neve, ou seja, ela tem como aliado um processo físico oposto à absorção (sendo este necessário para causar o derretimento). Embora a temperatura do ar possa estar bem acima de zero grau, a neve não derrete rapidamente porque sua superfície branca reflete de volta mais de 90% da energia solar que incide sobre ela.

Existe neve em outros planetas?

Ainda não se sabe muito sobre os aspectos climáticos de outros planetas, mas imagens de radar produzidas pela Missão Magellan da NASA em 1989, mostram que o planeta Vênus apresenta sinais de geadas, que, conforme explicado no vídeo que abre esta matéria, é um pouco diferente de neve. Outro fator curioso é a composição desta geada: embora os cientistas no começo não soubessem identificar do que se tratavam as manchas brilhantes misteriosas nas imagens do radar, os indícios apontavam para alguma forma de deposição química que ocorria em terreno mais elevado. Mais tarde, depois de análises e especulações, os pesquisadores afirmaram que essa geada parece ser composta de minerais de galena (sulfeto de chumbo) e bismutinite (sulfeto de bismuto), dois metais pesados que podem causar sérios danos à saúde humana.

Pesquisas diferentes, realizadas pela sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter, mostram que nevascas podem acontecer em outro planeta: Marte. Com a observação dos dados coletados durante a missão, cientistas concluíram que pode nevar dióxido de carbono (CO2) nos pólos de Marte durante o inverno. Isso nunca havia sido observado em nenhum outro lugar do Sistema Solar.

Fonte da Informação: http://www.comunitexto.com.br/

domingo, 23 de junho de 2013

Gigantes Gelados



Na noite de 14 de abril de 1912 um navio afundou ao norte do oceano Atlântico. O nome dessa embarcação era Titanic. Você já deve ter ouvido falar da história desse acidente. Lembra por que o grande navio afundou? Vamos recordar: ele bateu em outro gigante, um gigante gelado, um iceberg.

Os icebergs são blocos de gelo que se desprendem de geleiras existentes em áreas polares do planeta. Por isso, eles são comuns nos chamados oceanos glaciais: no Ártico, ao norte, e no Antártico, ao sul do planeta. 

Essas grandes massas de gelo são formadas de água doce, variam em seu tamanho e também em sua forma, podendo ser achatados ou pontiagudos. Sabe aquela expressão que diz "Isso é apenas a ponta do iceberg"? Ela se refere ao fato de que o pedaço que aparece de um iceberg, a ponta que fica fora da água, corresponde apenas a décima parte do seu tamanho.



Imagem: Wikipedia



A formação de um iceberg acontece assim: o movimento das ondas e o calor fazem aparecer rupturas nas geleiras. Os fragmentos que resultam dessas rupturas, como já vimos, são os próprios icebergs, que passam a flutuar pelo oceano. É isso mesmo, flutuar. Agora você deve estar se perguntando: um bloco de gelo gigante e pesado flutuando no oceano? Essa é boa! Isso é meio estranho...

Pois bem, isso acontece porque a densidade da água que forma um iceberg é menor que a densidade da água salgada do mar que o cerca. Na verdade, isto é uma característica do gelo: sua densidade (ou seja, a sua massa dividida pelo volume que ele ocupa) é menor que a da água. A flutuação do iceberg também pode ser explicada pelo Princípio de Arquimedes: "um corpo imerso em um líquido irá flutuar, afundar ou ficar neutro de acordo com o peso do líquido deslocado por este corpo". Em outras palavras, o peso de todo o líquido que um iceberg desloca é maior que seu peso, o que faz com que ele flutue.

Gelados e pesados, esses gigantes seguem seu caminho flutuando pelos mares. Aos pouquinhos, vão derretendo... Aos pouquinhos? Não mais. Em virtude do que hoje chamamos aquecimento global, ou seja, o aumento brusco da temperatura na superfície da Terra, esse processo de derretimento está acontecendo cada vez mais rápido. Imagina se todo esse gelo virar água em pouco tempo...

Aquecendo icebergs

Em alguns países a água que resulta do derretimento de icebergs é vendida para consumo. As pessoas pagam caro por pequenas garrafas que prometem carregar a água mais pura, água de icebergs. O aquecimento dos blocos de gelo feito por estas indústrias acontece em apenas algumas partes do mundo. Mas existe um outro tipo de aquecimento, um processo maior, que envolve todo o planeta. Trata-se do aquecimento global, resultado do aumento da emissão de gases poluentes que dificultam a dispersão do calor - o chamado Efeito Estufa -, do desmatamento e das queimadas, entre outros fatores.

O processo de aquecimento global provoca, como o próprio nome já diz, o aumento do calor na Terra. Aumentando o calor, as geleiras se partem mais facilmente. Mais geleiras fragmentadas, mais icebergs. Concluindo: o calor faz crescer o número de icebergs e, ao mesmo tempo, faz com que estes icebergs derretam mais rápido.

Existem duas graves consequências desse mecanismo. A primeira delas diz respeito à vida de animais que habitam as regiões polares, como pinguins e ursos, os quais têm seu ambiente prejudicado em virtude da quebra das geleiras. Quando um iceberg se forma pode acontecer, por exemplo, de animais serem separados de outros e ficarem longe de seu alimento. Afastados de seu grupo e de comida, muitos não resistem.

Outro resultado preocupante do derretimento de geleiras é o aumento do nível da água dos oceanos. É isso que cientistas preveem que acontecerá caso o derretimento das calotas polares continue de forma tão veloz: a água dos oceanos pode invadir regiões costeiras e algumas cidades podem chegar a ser totalmente inundadas. Este desastre poderia provocar também a extinção de espécies de animais e vegetais. 

Esses gigantes gelados, que parecem distantes, podem interferir em nossas vidas, na vida do planeta. Muito mais que imaginamos. E nós também podemos interferir na formação desses gigantes flutuantes e na qualidade da vida em toda a Terra. Muito mais que imaginamos. 


Saiba mais sobre icebergs:


Consultoria: Miguel de Oliveira, biólogo / Museu da Vida (Fiocruz).

Fonte da Informação: http://www.invivo.fiocruz.br/

sábado, 9 de março de 2013

Quais são os tipos de nuvens?


As nuvens sempre despertaram interesse e curiosidade, já que sem elas não existiriam fenômenos belos como a neve ou o arco-íris e os assustadores trovões e relâmpagos. Essas formações, que por vezes se assemelham a algodões no céu, são um conjunto visível de partículas diminutas de água em estado líquido ou sólido, ou de ambos ao mesmo tempo, que estão em suspensão na atmosfera após terem se condensado ou liquefeito.

Entre as diversas formas que as nuvens podem assumir (as mesmas que inspiram brincadeiras imaginativas entre as crianças), existem basicamente 10 tipos. Confira abaixo quais são esses tipos e saiba mais sobre cada nuvem e o que ela indica sobre o tempo. As informações foram extraídas da obra Meteorologia prática.



Fonte: Blog Trilhas do Mar

Cumuliformes: Formam-se em atmosfera instável, na qual o ar aquecido sobe e o resfriado, desce. Elas tendem a uma forma irregular, semelhante a um algodão. Nessas nuvens o ar é descendente, em razão de sua subsidência. Normalmente estão associadas ao bom tempo.

Cúmulos-nimbos: Formam-se em atmosfera instável com ar em ascensão, o que provoca nas nuvens um grande desenvolvimento vertical. Em casos extremos, alcançam grandes altitudes e os ventos dos altos níveis provocam um esgarçamento em sua bigorna (topo). São essas nuvens que causam ventos fortes (rajadas), granizo, chuvas intensas e tornados.

Cirriformes: Compostas por cristais de gelo, formam-se nos níveis altos, nos quais as temperaturas são muito frias. Têm uma aparência fibrosa e delgada, delineada pelos fortes ventos em altitude. Estão associadas a regiões onde o escoamento é anticiclônico e indicam tempo agradável.

Cirros-cúmulos: Possuem estruturas celulares tão pequenas que quase não podem ser identificadas por satélites meteorológicos. Indicam base de corrente de jato e turbulência.

Cirros-estratos: São nuvens altas com aparência estratiforme, ou seja, lisas com topos uniformes que formam longas bandas ou lençóis. Esse tipo de nuvem está associado à formação de bigornas nos cúmulos-nimbos.

Altos-cúmulos: Exibem um padrão de onda parecido com as nuvens estratos-cúmulos, embora sejam um pouco mais altas e possuam o topo mais frio. São relativamente brilhantes e lisas e projetam sombras nas nuvens mais baixas. Constituem o chamado “céu encarneirado”. A presença dessas nuvens indica o surgimento posterior de cúmulos-nimbos.

Estratiformes: São formações lisas ou em camadas uniformes e suaves, normalmente de cor cinza-escuro ou cinza-médio. Podem ser acompanhadas de chuva leve e contínua, chuvisco ou pequenos grãos de neve.

Estratos-cúmulos: São nuvens cúmulos com camadas estratificadas. Normalmente aparecem em padrões de escudo, linhas ou ruas, especialmente sobre as superfícies oceânicas. Têm grande concentração de gotículas de água e, normalmente, são responsáveis por turbulências durante os voos de avião.

Estratos-nimbos: Podem chegar a 4 mil metros de altitude. São pesadas e causam até furacões, mas podem ser desfeitas em temporais muito fortes com neve e granizo.

Altos-estratos: São as responsáveis pela maior parte das chuvas contínuas e estão normalmente associadas a sistemas frontais nas latitudes médias. Têm aspecto mais espesso e difuso e suas cores pendem para o cinza-claro.


Para ver mais: 

Fonte da informação: http://www.comunitexto.com.br

quarta-feira, 6 de março de 2013

O que são as ilhas de calor?


As lhas de calor são fenômenos climáticos que ocorrem principalmente em áreas urbanas e suburbanas, nas quais o ar e a temperatura superficial costumam ser mais quentes do que nas regiões rurais próximas. A primeira documentação de calor urbano foi feita em 1918 por Luke Howard, que publicou um estudo sobre o clima de Londres e apontou um “excesso de calor artificial” nas cidades.

As ilhas de calor se formam porque muitos materiais de construção comuns são impermeáveis e feitos de estanque, retendo mais calor do sol e não deixando umidade disponível para dissipar o calor. Além disso, o calor antropogênico, ou produzido pelo homem, menores velocidades do vento e a poluição também são responsáveis por agravar este problema.

De acordo com a obra Ilhas de Calor, escrita por Lisa Gartland e traduzida por Silvia Helena Gonçalves, estes fenômenos apresentam cinco características comuns, confira:

1) Normalmente são mais quentes em áreas urbanizadas após o pôr-do-sol, quando comparadas a áreas rurais, e mais frescas após o amanhecer;

2) As temperaturas do ar são elevadas em conseqüência do aquecimento de superfícies urbanas graças a ausência de vegetação;

3) As diferenças na temperatura e no ar são realçadas quando o dia está calmo e claro;

4) Áreas com menos vegetação e mais desenvolvidas tendem a ser mais quentes e, quanto maior os crescimentos das cidades, mais quentes ficam.

5) Apresentam um ar mais quente na camada limite e criam colunas de ar mais quente sobre as cidades e inversões de temperatura.

Sua formação traz problemas para o meio ambiente e para a saúde dos habitantes das cidades. Lisa Garland cita os problemas respiratórios como os mais comuns e aponta a intensificação do fenômeno do aquecimento global e dos gastos excessivos de energia como alguns dos pontos prejudiciais destas ilhas.

Veja abaixo algumas soluções para tornar a temperatura térmica dos ambientes mais agradáveis:



Fonte da Informação: http://www.comunitexto.com.br/

domingo, 3 de março de 2013

Dia 03 de Março: dia do meteorologista



Já temos o costume de esperar nos noticiários o momento da "previsão do tempo". Saber se vai chover, se as chuvas vão continuar por muito tempo, ou mesmo se o tempo vai estar frio ou quente é imprescindível para planejarmos as atividades do dia, da semana, ou até mesmo das férias.


Fatos costumeiros como esse muitas vezes não nos levam a pensar no valor de um profissional grandemente inserido no nosso cotidiano: o meteorologista. É ele quem estuda a atmosfera, as alterações súbitas do clima e os fenômenos a ele relacionados, de forma a melhor nos prevenir de situações inesperadas. 


O dia 03 de Março foi merecidamente dedicado a esses profissionais que, de forma geral, ainda são pouco valorizados por nós, mas que vêm buscando, cada dia mais, maior reconhecimento pelo importante trabalho que oferecem à sociedade.





Não deixe de navegar pelos sites abaixo e saber mais sobre a importância e o trabalho desses profissionais.


Fontes de informações e imagens:


INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA


FUNCEME- FUNDAÇÃO CEARENSE DE METEOROLOGIA


TEMPO AGORA


CLIMA TEMPO