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segunda-feira, 12 de maio de 2014

A Erosão e seus agentes


Erosão é o conjunto de processos que promovem a retirada e transporte do material produzido pelo intemperismo, ocasionando o desgaste do relevo. Seus principais agentes são a água, o vento e o gelo.

O material transportado recebe o nome de sedimento e vai dar origem aos depósitos sedimentares que, através da diagênese, transformam-se em rochas sedimentares. Chama-se de diagênese um conjunto de transformações que, em resumo, consistem em compactação e cimentação dos sedimentos, dando-lhes a consistência de uma rocha.

A erosão é importante por ser responsável pela perda anual de milhões de toneladas de solo fértil, devida principalmente a práticas equivocadas de ocupação e manejo do solo. Essa perda é praticamente irrecuperável, pois exige muito tempo para ser realizada.

A erosão pode ser de vários tipos, conforme o agente que atua:

Erosão pluvial

É aquela provocada pela água das chuvas. Como foi dito, a água é um dos principais agentes erosivos. Sua ação é lenta, mas pode ser acelerada quando ela encontra o solo desprovido de vegetação, como nas áreas desmatadas.

Se o terreno tem muita vegetação, o impacto da chuva é atenuado porque a as plantas diminuem a velocidade da água que escorre pelo solo. As raízes, por sua, vez, dão mais resistência à estrutura do solo e aquelas já mortas funcionam como canais, favorecendo a infiltração da água.

Sem vegetação, o solo fica saturado em água mais rapidamente e, como consequência, ela passa a fluir pela superfície, deixando de se infiltrar. Tudo isso fica agravado se o solo for arenoso, e não argiloso.

A primeira ação da água é através do salpicamento, que é a desagregação dos torrões e agregados do solo pelo impacto dos pingos de chuva. Esse impacto provoca também a selagem, uma obstrução dos poros do solo pelo material mais fino, o que resulta numa redução da infiltração e consequente aumento do fluxo de água superficial.

Erosão pluvial Ravinas no vulcão Bromo, ilha de Java Fonte: G1

O fluxo de água pela superfície leva à formação de ravinas, como na imagem acima, e quanto mais água houver, mais acelerado será o ravinamento, de modo que ele aumenta à medida que a água avança morro abaixo.

Outro tipo de erosão pluvial é a erosão remontante, que abre, no solo, sulcos que podem atingir grandes dimensões e que crescem morro acima (daí o nome), ao contrário do ravinamento. Esses sulcos recebem o nome de boçorocas (ou voçorocas) e começam a se formar quando o ravinamento atinge o lençol freático. Daí em diante, progridem de modo muito difícil de controlar, pois não mais dependem da ocorrência de chuvas para aumentar de tamanho.

Erosão fluvial 

É aquela causada por rios, perenes ou temporários. É semelhante à erosão pluvial, mas em escala maior e em regime permanente ou pelo menos mais prolongado que a erosão pluvial

Erosão fluvial Grand Canyon, Colorado (EUA)


Erosão marinha (abrasão)

A água do mar provoca erosão através da ação das ondas, das correntes marítimas, das marés e das correntes de turbidez. Seu trabalho é reforçado pela presença de areia e silte em suspensão. A cidade de Olinda, em Pernambuco, é um local em que a erosão marinha tem agido de modo preocupante, com o mar avançando sobre a cidade.

Erosão marinha La Portada, Chile Fonte: wikipedia commons

As correntes marinhas transportam grandes volumes de sedimentos de uma área para a outra. A ação das correntes de turbidez não é percebida, porque elas atuam entre a plataforma continental e o talude continental.

Erosão glacial

É a erosão provocada pelas geleiras (também chamadas de glaciares). A água que se acumula nas cavidades das rochas no verão, congela quando chega o inverno, sofrendo dilatação. Isso pressiona as paredes dos poros, rompendo a rocha. A cada ano, o processo se repete, desagregando, aos poucos, a rocha.

Essas massas de gelo deslocam-se muito lentamente, mas têm uma enorme capacidade de transporte, podendo carregar blocos de rocha do tamanho de uma casa. Quando derretem, geram depósitos sedimentares muito heterogêneos, chamados de morenas ou morainas.

Erosão eólica

É aquela decorrente da ação do vento. Ocorre em regiões áridas e secas, onde existe areia solta, capaz de ser transportada pelo vento, que a joga contra as rochas, desgastando-as e dando origem, muitas vezes, a formas bizarras, como se vê na figura abaixo:

Erosão eólica no Salar de Uyuni (Bolívia) Fonte: Wikipedia Commons

Ao contrário do que pensam muitas pessoas, não foi a erosão eólica, e sim a chuva, que formou as estranhas feições que tanto atraem os turistas em Vila Velha, no Paraná.

Outra feição típica do ambiente desértico são os ventifactos, blocos de rocha de tamanhos variados que aparecem soltos no chão e que exibem faces planas formadas pelo impacto contínuo da areia. Eles são úteis porque a posição dessas faces indica a direção preferencial dos ventos no local.

Os grãos de areia podem ser levados a distâncias enormes por suspensão e já se constatou a presença de areias provenientes da África na Amazônia brasileira. A suspensão forma grandes depósitos arenosos, chamados de loess e é responsável também pelas tempestades de areia.

Erosão antrópica

É a erosão causada pela ação do ser humano. Em geral não tem grande influência, por que sua ação é de duração muito curta, Mas, nossa capacidade de remover grandes massas de terra ou de rocha é cada vez maior e a erosão antrópica tende a ser cada vez mais significativa.

O plantio sem levar em conta o regime de escoamento das águas naturais, pode provocar ravinamento e formação de boçorocas. A ocupação de áreas impróprias para a construção de moradias, como morros de alta declividade, gera escorregamentos de solo, com danos materiais e mortes. A impermeabilização de superfícies, como a pavimentação de ruas, impede que a água da chuva se infiltre e favorece as inundações em áreas urbanas.

Deve-se ter em mente também que a ação humana, embora de pequena expressão, pode ser o início de um grande processo erosivo. Assim, o desmatamento na Amazônia pode facilmente levar a área desmatada a uma desertificação, porque o solo daquela região é muito arenoso e pouco espesso. A vegetação só é exuberante porque se desenvolve sobre restos orgânicos da própria mata, e eles desaparecem rapidamente quando há o desmatamento.

Fonte: http://www.comunitexto.com.br

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Entrevista: Antônio Guerra fala sobre erosão ao Comunitexto



A erosão é um fenômeno no qual as partículas do solo são desagregadas por agentes externos, como chuvas, ventos, águas do rio ou pela ação do homem. Segundo o Portal da Educação, o Brasil perde anualmente aproximadamente 1 bilhão de toneladas de solos por conta da erosão.

Convidamos o Antonio Guerra, coordenador do Laboratório de Geomorfologia Ambiental e Degradação dos Solos (Lagesolos) da UFRJ, para aprofundar este tema. Confira a entrevista abaixo e descubra como este processo afeta o ambiente!

Comunitexto: A erosão é um processo natural e o senhor menciona em seu livro que trouxe benefícios para o Rio Nilo. No Brasil existem casos semelhantes?


Antonio Guerra: Sim, a erosão é um processo natural e existem benefícios para o Rio Nilo, porque os sedimentos orgânicos e inorgânicos que se depositam todos os anos dão maior fertilidade às suas planícies. No caso brasileiro isso ocorre em diversos rios, sendo o mais conhecido deles o Rio São Francisco, em especial no trecho entre as cidades de Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco), separadas pelo Rio São Francisco. Essa área de agricultura irrigada é bem conhecida pelo plantio de uva, manga, côco, goiaba e frutas de um modo geral. Alem dos processos naturais que dão origem à erosão, existe também a ação do homem que acelera esses processos e dão origem a uma série de problemas, como veremos mais adiante nessa entrevista.

CT: Como se pode caracterizar uma erosão descontrolada? Existe uma medida para definir?

AG: Essa forma de erosão, que é muito estuda pelos especialistas, é também chamada de erosão acelerada, onde o homem tem um papel importante porque, de acordo com o uso e manejo dos solos, podem causar essas formas erosivas, que são mais conhecidas por ravinas e voçorocas, feições lineares, que retiram toneladas de sedimentos dos solos e acabam levando esses sedimentos para rios, reservatórios e lagos.

CT: Existem inúmeros fatores que causam estas erosões, principalmente provocados pela ação do homem. No Brasil, qual o senhor considera mais grave?

AG: Os fatores que causam erosão podem ser divididos em dois grandes grupos: de ordem natural, como os tipos de solos, a intensidade e quantidade de chuvas, as características das encostas e a cobertura vegetal. De um modo geral, mesmo acontecendo erosão em terras não cultivadas, ela geralmente não é tão intensa, quanto nas áreas com agricultura e pecuária, onde o uso inadequado do solo, sem práticas conservacionistas, causa quase sempre ravinas e voçorocas, alem do que chamamos de erosão laminar, que pode retirar muitas toneladas de solo por hectar, comprometendo a fertilidade natural dos solos, tornando pobres e quase estéreis, se nada for feito para reverter esse quadro.

CT: Quais são os danos mais imediatos e outros que surgem em longo prazo por uma ação erosiva não natural?

AG: Os danos imediatos são a própria perda do solo, limitando o espaço físico para cultivar e criar animais, em especial onde foram formadas grandes voçorocas. A médio e longo prazo a perda de fertilidade natural praticamente inviabiliza a agricultura, a menos que sejam repostos os nutrientes perdidos, através de adubação química e orgânica. A erosão é uma forma de degradação dos solos, que causa danos, não só nas áreas atingidas diretamente por esses processos geomorfológicos, mas também em áreas situadas fora das áreas atingidas, porque os sedimentos retirados das feições erosivas acabam assoreando rios, lagos, baias e reservatórios, através do transporte e deposição de sedimentos.

CT: Em sua obra, o senhor menciona que voçorocas acabam se tornando pontos turísticos. Onde isso ocorre? O senhor pode contar mais sobre isso?

AG: No caso dos pontos turísticos, as voçorocas se tornam como tais, de forma indevida, porque a população, por exemplo, no litoral do Ceará e em outros pontos do litoral brasileiro, onde as voçorocas ocorrem muito próximas do mar, as pessoas acabam usando o topo das voçorocas como atração turística, bem como a base das mesmas. Só que pequenos deslizamentos que ocorrem nas bordas das voçorocas, podem causar danos a esses locais usados inadvertidamente como ponto turístico.

CT: Uma área muito degradada, com uma voçoroca, por exemplo, pode ser completamente recuperada? Em quais casos é possível a recuperação? E em quais não é?

AG: A recuperação das voçorocas é, na maioria das vezes, possível, sendo que existem diversas técnicas para que isso aconteça. Uma delas é a utilização de biotexteis, colocadas nas paredes das voçorocas, bem como no fundo das mesmas, em conjunto com matéria orgânica e sementes para o desenvolvimento de plantas que irão recuperar, gradativamente, esses ambientes degradados. A recuperação é possível praticamente em todos os casos, onde houver interesse e disponibilidade financeira e técnica para tal. Em locais onde as voçorocas atinjam grandes profundidades, geralmente mais de 15 ou 20 metros e o custo para sua recuperação seja muito elevado. não que seja impossível a recuperação, mas ela é deixada em segundo plano por esses motivos, em especial se forem em áreas muito remotas, sem grande interesse econômico, ou onde a relação custo-benefício não seja vantajosa.

CT: Existem leis que garantam a preservação de ambientes para que isso não ocorra? Se sim, são eficazes? 

AG: As leis existem. Em especial nos locais que são Áreas de Preservação Permanentes, também conhecidas por APP, que correspondem aos topos de morros, encostas com declividade superior a 45 graus e margens de rios. Como muitas vezes essa legislação não é cumprida, então o surgimento de erosão acelerada nessas áreas, é só uma questão de tempo. O respeito à legislação garante a proteção dessas áreas, sendo bem mais difícil ocorrerem processos de erosão acelerada. Mas mesmo onde a legislação não proteja os ambientes, ela pode ocorrer devido à combinação de fatores de ordem natural e do uso e manejo do solo, como dito anteriormente, nessa entrevista.

Fonte: http://www.comunitexto.com.br/entrevista-antonio-guerra-fala-sobre-erosao/#.UZubNDl7RYc

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A Terra não é redonda...


...é um geoide de forma irregular e achatada afirma Agência Espacial Européia...



A Agência Espacial Européia, divulgou uma animação que mostra a deformação que a força gravitacional causa no planeta Terra. A imagem mostrou o quanto a Terra é irregular, muito diferente da ideia de um planeta redondo, na verdade o planeta é irregular e achatado nos pólos; os cientistas chamam de geoide ao formato real do nosso planeta. Na imagem, as partes em azul, indicam onde a gravidade é mais fraca, já o vermelho e amarelo, onde ela é mais forte.

As imagens foram feitas pelo satélite GOCE – sigla que significa Explorador de Circulação Oceânica e Campos de Gravidade, lançado em março de 2009 pela ESA. De acordo com os cientistas, os dados do satélite vão ajudar na compreensão do campo gravitacional da terra e a força que esse campo exerce nas profundezas da terra, permitindo uma análise mais aprofundada das dinâmicas que causam os terremotos e furacões. Veja abaixo uma animação do formato real do planeta Terra divulgado pela Agência Espacial Européia:







Fonte: http://www.redecol.com.br