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domingo, 31 de agosto de 2014
sábado, 19 de julho de 2014
O fenômeno dos rios voadores
Os rios voadores são “cursos de água atmosféricos”, formados por massas de ar carregadas de vapor de água, muitas vezes acompanhados por nuvens, e são propelidos pelos ventos. Essas correntes de ar invisíveis passam em cima das nossas cabeças carregando umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
Essa umidade, nas condições meteorológicas propícias como uma frente fria vinda do sul, por exemplo, se transforma em chuva. É essa ação de transporte de enormes quantidades de vapor de água pelas correntes aéreas que recebe o nome de rios voadores – um termo que descreve perfeitamente, mas em termos poéticos, um fenômeno real que tem um impacto significante em nossas vidas.
A floresta amazônica funciona como uma bomba d’água. Ela puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano Atlântico e carregada pelos ventos alíseos. Ao seguir terra adentro, a umidade cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração da árvores sob o sol tropical, a floresta devolve a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água. Dessa forma, o ar é sempre recarregado com mais umidade, que continua sendo transportada rumo ao oeste para cair novamente como chuva mais adiante.
Propelidos em direção ao oeste, os rios voadores (massas de ar) recarregados de umidade – boa parte dela proveniente da evapotranspiração da floresta – encontram a barreira natural formada pela Cordilheira dos Andes. Eles se precipitam parcialmente nas encostas leste da cadeia de montanhas, formando as cabeceiras dos rios amazônicos. Porém, barrados pelo paredão de 4.000 metros de altura, os rios voadores, ainda transportando vapor de água, fazem a curva e partem em direção ao sul, rumo às regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e aos países vizinhos.
É assim que o regime de chuva e o clima do Brasil se deve muito a um acidente geográfico localizado fora do país! A chuva, claro, é de suma importância para nossa vida, nosso bem-estar e para a economia do país. Ela irriga as lavouras, enche os rios terrestres e as represas que fornecem nossa energia.
O caminho dos rios voadores. Fonte: Projeto Rios Voadores
O diagrama ao lado mostra os caminhos dos rios voadores. Clique na imagem para abrir em tamanho maior, para melhor visualização.
Na página dos Vídeos e das Animações Didáticas, há outros recursos que explicam os processos de formação dos rios voadores.
Por incrível que pareça, a quantidade de vapor de água evaporada pelas árvores da floresta amazônica pode ter a mesma ordem de grandeza, ou mais, que a vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s), tudo isso graças aos serviços prestados da floresta.
Estudos promovidos pelo INPA já mostraram que uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro é capaz de bombear para a atmosfera mais de 300 litros de água, em forma de vapor, em um único dia – ou seja, mais que o dobro da água que um brasileiro usa diariamente! Uma árvore maior, com copa de 20 metros de diâmetro, por exemplo, pode evapotranspirar bem mais de 1.000 litros por dia. Estima-se que haja 600 bilhões de árvores na Amazônia: imagine então quanta água a floresta toda está bombeando a cada 24 horas!
Todas as previsões indicam alterações importantes no clima da América do Sul em decorrência da substituição de florestas por agricultura ou pastos. Ao avançar cada vez mais por dentro da floresta, o agronegócio pode dar um tiro no próprio pé com a eventual perda de chuva imprescindível para as plantações.
O Brasil tem uma posição privilegiada no que diz respeito aos recursos hídricos. Porém, com o aquecimento global e as mudanças climáticas que ameaçam alterar regimes de chuva em escala mundial, é hora de analisarmos melhor os serviços ambientais prestados pela floresta amazônica antes que seja tarde demais.
Obs. O termo “rios voadores” foi popularizada pelo prof. José Marengo do CPTEC.
Links de sites relacionados ao tema.
CPTEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos: www.cptec.inpe.br
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais: www.inpe.br
INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia: www.inpa.gov.br
LBA – Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia : lba.inpa.gov.br/lba/
IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia: www.imazon.org.br
Fonte da Informação: http://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores/
quarta-feira, 2 de julho de 2014
segunda-feira, 19 de maio de 2014
paleontólogos acham quatro fósseis em sítio entre Uberaba e Campina Verde, MG
Paleontólogos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) começaram nesta sexta-feira a temporada de escavações em três sítios arqueológicos dos municípios de Uberaba e Campina Verde. No principal deles, o de Caieira, os pesquisadores fizeram um “ensaio” de escavação de duas horas na quinta-feira. Nesse curto espaço de tempo, foram encontrados quatro fósseis.
O professor Luiz Carlos Borges Ribeiro explica que os fósseis encontrados são um dente de titanossauro (grupo de dinossauros herbívoros gigantes), uma casca de ovo (provavelmente também de titanossauro), fragmento de osso de dinossauro e um pedaço de quelônio (tartaruga). O pesquisador explica que os achados não são suficientes para grande destaque, como publicação de um artigo científico, mas “mostra que a gente tá no caminho correto, (pois ocorreu) em menos de duas horas, numa fase de limpeza”.
Ribeiro explica que Caieira tem relevância internacional e lá foram descobertas oito novas espécies - três crocodilos, dois dinossauros, duas tartarugas e uma rã. Outros fósseis podem levar à descoberta de duas novas espécies de dinossauro, mas o professor afirma que ainda são muito escassos para caracterizar animais desconhecidos.
O professor informa que as escavações neste ano também vão servir para treinar técnicos em paleontologia que podem trabalhar na região, que é rica em pesquisa e no turismo de fósseis. O professor explica que a temporada de escavações coincide que o período de seca na região, já que com muita chuva o fóssil fica mais frágil e pode ser danificado na hora da retirada.
“Isso mostra que (...) existiu em Uberaba uma paleobiota muito diversificada. São crocodilos, dinossauros, tartarugas, rãs, invertebrados, aves. O sítios de Uberaba são interessantes porque eles são bastante diversificados de forma que permitem diversas linhas de pesquisa”, diz o professor, que explica que o acervo da UFTM tem mais de 4 mil exemplares de fósseis, principalmente de dinossauros.
Fonte da Informação: http://noticias.terra.com.br
domingo, 18 de maio de 2014
Dendritos – belos, mas falsos fósseis
Há algumas estruturas naturais que lembram muito animais ou plantas fossilizados, mas que têm origem inorgânica, sendo, por isso, classificadas de pseudofósseis. Entre esses pseudofósseis, os dendritos talvez sejam os mais notáveis, tanto pela frequência com que são encontrados quanto pelo seu aspecto.
Dendron, em grego, significa árvore. O nome – muitas vezes confundido com detrito – é muito apropriado, porque a forma dos dendritos realmente assemelha-se muito à de uma planta, arborescente, com numerosas ramificações. Os dendritos ocorrem principalmente em fraturas de algumas rochas ou entre duas camadas sucessivas delas. Eles são particularmente abundantes nas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral, do Rio Grande do Sul, comercialmente chamadas de basaltos, embora sejam principalmente riodacitos.
Nessas duas fotos dendritos formados sobre rochas vulcânicas (Rio Grande do Sul)


Dendritos formados em ambos os lados de um pequeno sulco em riodacito do Rio Grande do Sul (acervo do Museu de Geologia da CPRM)
Em muitos locais, essas rochas mostram-se em estratos horizontais, limitados por superfícies bem planas, o que as torna muito adequadas para uso na pavimentação de calçadas. Com isso, nas cidades do Rio Grande do Sul é fácil encontrar calçadas com belos dendritos, como os que ilustram este artigo.
A água que penetra nos espaços vazios da rocha pode trazer manganês dissolvido. Quando encontra uma fenda horizontal, escoa nessa direção e, com isso, perde velocidade. A perda de velocidade permite que o manganês dissolvido precipite na forma de óxido. O dendrito, portanto, não se formou junto com a rocha, mas depois que ela já existia.
Apesar de seu aspecto tão delicado, ele é bastante resistente, resistindo surpreendentemente bem ao atrito dos calçados. Outra rocha que pode mostrar dendritos são os quartzitos micáceo, aquela rocha usualmente colocada em torno das piscinas.
Como foi dito no início, esses pseudofósseis têm origem inorgânica. Eles são minerais, principalmente óxidos de manganês. Como a pirolusita é o mais importante dos óxidos de manganês e a principal fonte desse metal, geralmente se acredita que os dendritos sejam formados por esse mineral. No entanto, em pesquisa feita por Potter & Rossman em 1979, foram analisados dendritos e películas manganesíferas procedentes de vários ambientes e nenhuma das amostras examinadas mostrou presença de pirolusita.

Dendrito em quartzo lapidado

Dendrito claro
Além das rochas, também alguns minerais podem mostrar dendritos, alojados em fraturas. São exemplos a opala e algumas variedades de quartzo, como ágata e cristal de rocha.
A foto acima mostra um belo quartzo lapidado, com inclusão de dendrito, que pode ser usado para confecção de uma gema muito original. Nesse caso, o dendrito forma-se numa fratura ou fissura do mineral. Isso permite que ali penetrem também outras substâncias, de modo que não é fácil encontrar um dendrito tão perfeito como o que se vê na foto à esquerda.
Na outra pode-se observar um tipo intrigante de dendrito. Ele é claro em um fundo escuro, dando a impressão de que houve deposição de manganês na forma de manchas contínuas e depois penetração de uma substância que dissolveu esse manganês lentamente, à medida que penetrava, formando então os dendritos.
Embora os dendritos sejam geralmente óxidos de manganês, vários outros minerais podem cristalizar dessa maneira, com hábito dendrítico, como dizem os geólogos. Um deles é o ouro.
A foto abaixo (autor ignorado) mostra um dendrito desse metal. O autor obteve, numa mina de ouro de Jacobina (BA), um fragmento de quartzo com cerca de 4 cm contendo um dendrito de ouro na superfície. O cobre e a prata podem também cristalizar com hábito dendrítico.

Ouro detrito

Turmalina em quartzo lapidado
Por fim, uma advertência: assim como o dendrito é um pseudofóssil, há também pseudodendritos. A foto à direita mostra um cristal de quartzo incolor (cristal de rocha) contendo no interior cristais aciculares de turmalina preta (schorlita). Em várias lojas do Rio de Janeiro vimos vendedores chamarem essa associação de dendrito, o que é totalmente errado.
Fotos
Pércio de Moraes Branco, salvo indicação em contrário.
Fonte da Informação: http://www.cprm.gov.br/
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