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terça-feira, 26 de maio de 2015

Metamorfismo



Segundo o Glossário de Geotectônica do autor Benjamin Bley de Brito Neves, metamorfismo (metamorphism) na concepção mais simples, é o conjunto de fenômenos geológicos que produzem transformações físico-químicas e estruturais nas rochas sedimentares, ígneas e até mesmo (por sobreposição) nas rochas metamórficas. Esses processos são provocados (e conduzidos) por mudanças significativas na temperatura e na pressão nas quais as rochas originais (protólitos) foram geradas, e por deformação, que causam a recristalização dos minerais em estado sólido e o consequente estabelecimento de novas texturas e estruturas. Os vínculos do conhecimento dos processos de transformação termodinâmica nas rochas e a concepção da Geotectônica são importantes. Esses processos e seus estudos são alimentadores fundamentais do conhecimento em Geotectônica, uma vez que focam as condições geradas nos diferentes tipos de interações de placas e também nos processos intraplacas.

Tipos de Metamorfismo:

Metamorfismo regional ou dinamotermal – ocorre em grandes extensões bem como em grandes profundidades na crosta. Suas transformações estão relacionadas à ação combinada da temperatura, pressão litosférica e pressão dirigida, sendo aplicadas durante milhões de anos. As rochas são fortemente dobradas e falhadas, sofrem recristalização, apresentando estrutura foliada. São exemplos: ardósias, xistos, gnaisses e anfibolitos.



Fonte: Bakersfield College – GEOL B10 – Intro Geology Lecture #14 – Fall 201. Legenda adaptada por Editora Oficina de Textos.



Metamorfismo de contato ou termal – resultado apenas da ação da temperatura, através do calor cedido por intrusão magmática que corta uma sequência de rochas sedimentares encaixantes, metamórficas ou magmáticas. Com estes cortes e o constante contato entre as superfícies, temos como resultado o fenômeno metamórfico. As rochas deste grupo são conhecidas por “hornfels”.

Metamorfismo dinâmico ou cataclástico – neste caso, o fator determinante e exclusivo é o atrito. É desenvolvido através de longas faixas e estreita adjacência de falhas, nas quais pressões de grande intensidade causam movimentações e rupturas na crosta.

Fonte: Bakersfield College – GEOL B10 – Intro Geology Lecture #14 – Fall 201. Legenda adaptada por Editora Oficina de Textos.

Metamorfismo de soterramento – característica de bacias sedimentares em subsidência. Resultado de espessas camadas de rochas sedimentares e vulcânicas a grandes profundidades, podendo chegar a 300˚C.

Metamorfismo hidrotermal – resultado da infiltração de águas quentes através das fraturas e grânulos da rocha. Os minerais são cristalizados a temperaturas de 100 a 37˚C.

Metamorfismo de fundo oceânico – característico dos rifts das cadeias meso-oceânicas, com a crosta recém formada e quente que interage com a água fria do mar.

Metamorfismo de choque (Shock Metamorphism) – as pressões e as condições exercidas nos sítios de impacto de corpos extraterrestres são extremamente elevadas e capazes de criar mudanças significativas nas rochas e estruturas do sitio de impacto e adjacências. A onda de choque que passa momentaneamente nas rochas as submete a um tipo de metamorfismo especial (formando uma série de minerais específicos, inusitados). Além da pressão muito elevada, a energia cinética de impacto é transformada em calor, e as rochas podem instantaneamente ser aquecidas a temperaturas acima de 1.700˚C. A fusão circunstancial das rochas (pode se fundir a rocha inteira) cria e pode injetar fundidos entre os fragmentos das rochas brechadas (formando os pseudotaquilitos).

O Domo de Araguainha é um exemplo bem preservado de um astroblema complexo e que exibe diversos tipos de evidências macroscópicas e microscópicas de metamorfismo de choque. De importância única para o Brasil e para a América do Sul, essa estrutura representa um sítio de grande valor científico e cultural para o estudo permanente de eventos de impacto. Devido à sua idade, próxima do limite Permiano-Triássico, período em que ocorreu um dos maiores eventos de extinção de vida em massa da história da Terra, esse sítio pode ainda assumir importância no estudo dos eventos de extinção.


Fonte: Blog Earth Impact Data Base http://www.passc.net/EarthImpactDatabase/araguainha.html – Image Provided by Dr. Carlos Roberto de Souza Filho

O mapa geológico apresentado na Figura 4 mostra a distribuição das principais unidades geológicas que ocorrem na área do Domo de Araguainha.

Fonte: Domo de Araguainha o maior astroblema da América do Sul – de Alvaro P. Crósta – Instituto de Geociências – Universidade Estadual de Campinas



Fonte da Informação: http://www.comunitexto.com.br

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