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segunda-feira, 4 de março de 2013

Viagem ao interior da Terra



Todos os anos milhares de pessoas realizam viagens ao redor do mundo para conhecer os vulcões. E a curiosidade sobre os vulcões vem de muito tempo: o nome vulcão está associado ao latim Vulcanus, Deus Vulcano, deus do fogo, criador de relâmpagos, na mitologia Greco-romana. Filmes retratam vulcões em erupção, com lava escorrendo, terremotos associados e fragmentos sendo expelidos a enormes distâncias.

O vulcão "Piton de la Fournaise", considerado um dos mais ativos do mundo, oferece aos habitantes
 e turistas das Ilhas Reunião, na África, um exuberante espetáculo natural. Apesar de não expelir muita
 lava, a erupção continua intensa no sudeste da cratera do Dolomieu. Fonte: http://oglobo.globo.com



Muito além disto, os vulcões exercem um papel muito importante na natureza. Milhares de vulcões ativos, há mais de quatro bilhões de anos, liberaram enormes volumes de água que formaram os primeiros oceanos. Os gases encontrados na primitiva atmosfera terrestre também se originaram de emanações vulcânicas. Além disso, o calor, os elementos químicos, a água, o surgimento de uma atmosfera, proporcionados na atividade vulcânica, forneceram alguns elementos necessários para a surgimento da vida.

Vulcão nada mais é do que uma abertura no solo. Uma comunicação dos focos magmáticos do interior da crosta com a superfície da Terra, por onde são expelidos gases, cinzas, fragmentos, lavas etc. Tornando-se também uma importante fonte de observação científica, já que a maior profundidade alcançada, por meio de estudos, foi de apenas 11km e o raio da Terra é de 6370km.

Quando se pensa em vulcão, imagina-se uma forma cônica, constituída pela acumulação dos produtos ejetados, mas existem formas variadas, de acordo com o tipo de vulcanismo. Mas o que causa a atividade vulcânica?

A maior parte das atividades vulcânicas é resultado do movimento das Placas Tectônicas (palavra originada de construção, em grego). Os continentes não são estacionários. Se o mapa-mundi for observado, pode-se perceber um “encaixe” entre a costa oriental da América do Sul e costa ocidental da África. Este processo foi conhecido inicialmente como Deriva Continental e hoje é chamado de Teoria da Tectônica de Placas. Segundo esta teoria, a crosta terrestre é dividida em diversas placas, blocos rígidos imensos, que estão em constante movimento sobre o manto derretido da Terra.

Quando as placas tectônicas se colidem, movendo-se uma embaixo da outra, ou quando se afastam, o magma tende a subir, pois o calor sobe. Este material aquecido pode subir através de fissuras, ou pelas bordas de uma placa, originando os vulcões.


Cerca de 5% dos vulcões ativos da Terra não se situam nem ao longo, nem no limite das placas, mas sim no interior de uma delas. Isto ocorre devido ao hot spot ( ponto quente). Estes pontos quentes são colunas fixas de material rochoso superaquecido, que sobe até a superfície, dissipando o calor interno terrestre. As Ilhas Havaianas são um exemplo de complexo vulcânico formado sobre um hot spot. O ponto quente vai alimentando a existência de um vulcão durante milhões de anos, até que a placa se afasta deste ponto quente fixo, tornando o vulcão anterior inativo e iniciando o processo de formação de um novo, através da continuidade de ascensão de material.


Vulcanismo & ambiente

Os vulcões representam um dos fatores de alteração climática em curtos períodos de tempo e em alterações mais extensas, como o aquecimento global. Duas ou três erupções vulcânicas têm o potencial de aumentar a temperatura da terra mais do que dezenas de anos de atividade industrial. Os vulcões produzem cerca de 110 milhões de toneladas de CO2 por ano, além da liberação de cinzas e SO2. A maioria dos minerais metálicos, como ouro, por exemplo, está associada a magmas encontrados perto de vulcões extintos.

Sem os vulcões, não haveria atmosfera, nem água livre na Terra, cuja água inicial, chamada de água juvenil, vem dos vapores do vulcão. Existe todo um Ciclo de Água na Terra, incluindo chuvas e evaporações, mas ocorrem perdas de água na atmosfera através de vapor. Sem a constante adição de água juvenil promovida pelos vulcões, nosso planeta acabaria por secar ao longo do tempo geológico. Esta água também funciona como meio de transporte e solvente para materiais químicos.


Anak Krakatau. Photo: Thomas Schiet/Wikipedia

Relatos da explosão em Krakatoa revelam, por exemplo, a liberação de uma energia aproximadamente 5000 vezes maior do que a bomba de Hiroshima. A explosão foi ouvida na Austrália, a mais de 2000km, ocasionou tsunamis ( ondas com mais de 40 metros de altura), produziu cores exóticas no alvorecer e entardecer, devido ao material restante acumulado e espalhado na atmosfera, além de bloquear parte da luz solar.


Em 1927, a atividade vulcânica recomeçou, com erupções submaronas. Pouco depois, uma nova ilha surgiu do mar - Anak Krakatau ou Filho de Krakatoa. Desde a década de 1950, o vulcão vem crescendo em média 6,8m por ano. Extremamente ativo, alterna alguns dias de calma com pequenas erupções quase contínuas e, eventualmente, erupções maiores.

Com o tempo, os bilhões de toneladas de lava e cinza vulcânica se transformam em solos férteis. Outros produtos emitidos são utilizados como ingredientes da indústria farmacêutica e de materiais de limpeza, além do aproveitamento dos campos geotérmicos.

O vulcanismo é mais um fator de influência no ambiente e o seu estudo pode trazer respostas para importantes questões relativas à vida e à Terra

Descubra mais sobre o assunto:










Fontes de informações:



FABIO TOLI, M Cristina Motia de Toledo, Thomas Rich Farchild, Wilson Teixeira. Decifrando a Terra.Oficina de Textos/USP

Fotos retiradas em:



Agradecimentos:

Fonte da informação: http://www.invivo.fiocruz.br/

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