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domingo, 31 de maio de 2015

Geocronologia e a geoquímica isotópica


As rochas sedimentares podem ser datadas de maneira relativa a partir dos fósseis nelas existentes ou por correlação estratigráfica.

Quando estas não têm um conteúdo fossilífero diagnóstico ou quando a correlação não é possível nem conclusiva, a tarefa de estimar a época de deposição de uma determinada rocha fica inviável.

Em tais casos, os métodos radiométricos, usualmente aplicados em rochas ígneas e metamórficas para obtenção de idades absolutas, têm sido aplicada como segunda alternativa.

Método radiométrico
O método radiométrico Rb-Sr é tradicionalmente aplicado para determinação de idades absolutas de rochas ígneas, pelo fato das condições de formação destas serem de alta temperatura.

No caso da cristalização de um magma, o 87Sr radiogênico possui considerável mobilidade e migra entre as fases minerais enquanto a temperatura for superior a 350° C.

Como resultado, ocorre um fenômeno chamado homogeneização isotópica do Sr, o qual é interrompido pelo resfriamento da rocha considerada.

Entendendo a homogeneização isotópica


A homogeneização isotópica ocorre porque as propriedades químicas dos diferentes isótopos de um mesmo elemento são muito próximas entre si, apesar de não serem idênticas. Esse princípio pode ser ilustrado pela comparação apresentada na figura logo mais abaixo.

Um jardim cercado e com uma árvore no centro representa dois sítios cristalinos com níveis diferentes de energia. No primeiro caso, soltamos alguns cães e os gatos no sistema jardim-árvore e podemos imaginar que, após alguns movimentos muito rápidos, eles irão se distribuir nos sítios apropriados, ou seja, os gatos na árvore e os cães no chão, sob a árvore.

Os cães e gatos são dois elementos diferentes em competição pelos mesmos sítios: eles se arranjam espontaneamente e assumem a configuração mais estável. Qualquer configuração alternativa seria intrinsecamente instável (cães na árvore e gatos no solo) ou fora de equilíbrio (cães e gatos no solo).




Esquema: fracionamento elemental versus homogeneização isópica. Fonte: retirado o livro “Geoquímica: uma introdução”. Ed. Oficina de Textos.


Na imagem acima vemos à esquerda: cães e gatos interagem vigorosamente, o que afeta a ocupação dos sítios disponíveis no sistema (árvore, chão). Assim como dois elementos químicos com propriedades diferentes, eles se distribuem para atingir o nível de mínima energia. À direita: gatos brancos e pretos têm características similares e, como os isótopos de um mesmo elemento, se distribuem aleatoriamente pelos sítios disponíveis. O arranjo mais provável é uma proporção idêntica de isótopos em cada sítio.
Agora, retiramos todos os animais do jardim e soltamos um novo conjunto de animais: apenas gatos com pelos de diferentes cores, alguns brancos e outros pretos. A probabilidade de que um gato fique na árvore ou no solo é independente de sua cor, a energia de interação é baixa e o arranjo mais provável é o de máxima entropia, com iguais proporções de gatos brancos e pretos em cada sítio.


Os gatos brancos e pretos são como isótopos de um mesmo elemento com propriedades similares, que compartilham os sítios disponíveis de modo independente de seu nível de energia.


Quando os elementos e seus isótopos podem se mover facilmente entre os sítios de estruturas cristalinas, líquidos e gases (seja porque os estados líquido e gasoso permitam misturas eficientes ou porque a difusão térmica permita que os átomos se movam rapidamente entre os sítios cristalinos dos sólidos), os elementos com propriedades químicas diferentes se arranjarão nos sítios disponíveis de modo a minimizar a energia total do sistema.

Por outro lado, as trocas isotópicas de um único elemento entre as fases contribuem pouco para o balanço energético do sistema, e os isótopos de um mesmo elemento estarão distribuídos homogeneamente de modo a maximizar a entropia do sistema.


Fonte: http://www.comunitexto.com.br/

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Geologia: mais de 400 km² de cores!



O Parque Geológico Nacional Zhangye Danxia é sem dúvida um dos mais belos do planeta. Obra-prima da natureza, está localizado perto da cidade de Zhangye, na província de Gansu, no noroeste da China e abrange uma área de mais de 410 quilômetros quadrados.


Esse tipo de geomorfologia peculiar consiste em arenitos vermelhos e outros depósitos minerais do Período Cretácico (Era Mesozóica) que foram se acumulando por mais de 24 milhões de anos.


O resultado, semelhante às camadas de um bolo, está ligado à ação das mesmas placas tectônicas responsáveis pela criação de partes das montanhas dos Himalaias. Vento, chuva e tempo então esculpiram formas extraordinárias, incluindo torres, pilares e ravinas, com diferentes cores, padrões e tamanhos.









Fonte: http://www.comunitexto.com.br/

terça-feira, 26 de maio de 2015

Metamorfismo



Segundo o Glossário de Geotectônica do autor Benjamin Bley de Brito Neves, metamorfismo (metamorphism) na concepção mais simples, é o conjunto de fenômenos geológicos que produzem transformações físico-químicas e estruturais nas rochas sedimentares, ígneas e até mesmo (por sobreposição) nas rochas metamórficas. Esses processos são provocados (e conduzidos) por mudanças significativas na temperatura e na pressão nas quais as rochas originais (protólitos) foram geradas, e por deformação, que causam a recristalização dos minerais em estado sólido e o consequente estabelecimento de novas texturas e estruturas. Os vínculos do conhecimento dos processos de transformação termodinâmica nas rochas e a concepção da Geotectônica são importantes. Esses processos e seus estudos são alimentadores fundamentais do conhecimento em Geotectônica, uma vez que focam as condições geradas nos diferentes tipos de interações de placas e também nos processos intraplacas.

Tipos de Metamorfismo:

Metamorfismo regional ou dinamotermal – ocorre em grandes extensões bem como em grandes profundidades na crosta. Suas transformações estão relacionadas à ação combinada da temperatura, pressão litosférica e pressão dirigida, sendo aplicadas durante milhões de anos. As rochas são fortemente dobradas e falhadas, sofrem recristalização, apresentando estrutura foliada. São exemplos: ardósias, xistos, gnaisses e anfibolitos.



Fonte: Bakersfield College – GEOL B10 – Intro Geology Lecture #14 – Fall 201. Legenda adaptada por Editora Oficina de Textos.



Metamorfismo de contato ou termal – resultado apenas da ação da temperatura, através do calor cedido por intrusão magmática que corta uma sequência de rochas sedimentares encaixantes, metamórficas ou magmáticas. Com estes cortes e o constante contato entre as superfícies, temos como resultado o fenômeno metamórfico. As rochas deste grupo são conhecidas por “hornfels”.

Metamorfismo dinâmico ou cataclástico – neste caso, o fator determinante e exclusivo é o atrito. É desenvolvido através de longas faixas e estreita adjacência de falhas, nas quais pressões de grande intensidade causam movimentações e rupturas na crosta.

Fonte: Bakersfield College – GEOL B10 – Intro Geology Lecture #14 – Fall 201. Legenda adaptada por Editora Oficina de Textos.

Metamorfismo de soterramento – característica de bacias sedimentares em subsidência. Resultado de espessas camadas de rochas sedimentares e vulcânicas a grandes profundidades, podendo chegar a 300˚C.

Metamorfismo hidrotermal – resultado da infiltração de águas quentes através das fraturas e grânulos da rocha. Os minerais são cristalizados a temperaturas de 100 a 37˚C.

Metamorfismo de fundo oceânico – característico dos rifts das cadeias meso-oceânicas, com a crosta recém formada e quente que interage com a água fria do mar.

Metamorfismo de choque (Shock Metamorphism) – as pressões e as condições exercidas nos sítios de impacto de corpos extraterrestres são extremamente elevadas e capazes de criar mudanças significativas nas rochas e estruturas do sitio de impacto e adjacências. A onda de choque que passa momentaneamente nas rochas as submete a um tipo de metamorfismo especial (formando uma série de minerais específicos, inusitados). Além da pressão muito elevada, a energia cinética de impacto é transformada em calor, e as rochas podem instantaneamente ser aquecidas a temperaturas acima de 1.700˚C. A fusão circunstancial das rochas (pode se fundir a rocha inteira) cria e pode injetar fundidos entre os fragmentos das rochas brechadas (formando os pseudotaquilitos).

O Domo de Araguainha é um exemplo bem preservado de um astroblema complexo e que exibe diversos tipos de evidências macroscópicas e microscópicas de metamorfismo de choque. De importância única para o Brasil e para a América do Sul, essa estrutura representa um sítio de grande valor científico e cultural para o estudo permanente de eventos de impacto. Devido à sua idade, próxima do limite Permiano-Triássico, período em que ocorreu um dos maiores eventos de extinção de vida em massa da história da Terra, esse sítio pode ainda assumir importância no estudo dos eventos de extinção.


Fonte: Blog Earth Impact Data Base http://www.passc.net/EarthImpactDatabase/araguainha.html – Image Provided by Dr. Carlos Roberto de Souza Filho

O mapa geológico apresentado na Figura 4 mostra a distribuição das principais unidades geológicas que ocorrem na área do Domo de Araguainha.

Fonte: Domo de Araguainha o maior astroblema da América do Sul – de Alvaro P. Crósta – Instituto de Geociências – Universidade Estadual de Campinas



Fonte da Informação: http://www.comunitexto.com.br

Alunos do Colégio Diamantinense visitam o projeto GAIA

Alunos do 1o   ano do Ensino Médio do Colégio Diamantinense visitaram, junto com sua professora de Geografia, Mariana Augusta Brant, ex- aluna do Curso de Licenciatura em Geografia da UFVJM, o projeto GAIA.

Foi uma honra receber uma ex-aluna da Geografia/UFVJM já atuando como educadora!
Foi uma enorme prazer recebê-los e o GAIA está a disposição para ajudar nos seus projetos!




Maquete dos Domínios Morfoclimáticos do Brasil



Minerais do Projeto GAIA


Maquete da Serra do Espinhaço Meridional

Paleontologia 


sexta-feira, 22 de maio de 2015

350 livros técnicos e científicos para download gratuitamente




Você sabia que a base SciELO disponibiliza cerca de 350 livros técnicos e científicos para download gratuito?

Os livros estão disponíveis nos formatos PDF e ePUB e podem ser baixados integralmente ou lidos no próprio site.

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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Uma entrevista da Ercília Torres ao Comunitexto - O frio das montanhas



Quem já fez uma viagem para regiões montanhosas ou praticou escalada, já deve ter percebido que nestas regiões é muito mais frio. Por exemplo, em locais como o Everest, que possui 8.848 metros de altitude, a temperatura atinge 30 graus Celsius negativos.




Everest. Fonte: Wikipedia.org


Isso ocorre por diferentes fatores atmosféricos, especialmente a pressão do ar, a composição molecular e a pouca absorção dos raios solares. Para falar um pouco mais sobre o tema, convidamos a Ercília Torres, doutora em Ecologia pela Universidade de Brasília (UnB), professora e pesquisadora do Departamento de Geografia da mesma instituição, e autora do livro Climatologia Fácil. Confira a entrevista completa abaixo!

Comunitexto: Os topos de montanhas e regiões mais distantes do nível do mar são muito frias. Segundo o seu livro Climatologia Fácil, uma série de fatores como os elementos da atmosfera são os causadores deste clima. Conte um pouco sobre o papel dos gases neste sentido.

Ercília Torres: Para se ter uma ideia do papel dos gases na distribuição vertical da temperatura do ar, é necessário falar um pouco sobre a atmosfera, que é a camada de gases e material particulado que envolve a Terra.

A composição da atmosfera não é constante nem no tempo, nem no espaço. Contudo, se removêssemos as partículas suspensas, vapor d’água e certos gases variáveis presentes em pequenas quantidades, encontraríamos uma composição muito estável sobre a Terra, até uma altitude de, aproximadamente, 80 km, com nitrogênio, oxigênio, dióxido de carbono, entre outros.

O nitrogênio e o oxigênio ocupam até 99% do volume do ar seco e limpo. A maior parte do restante, 1%, é ocupada pelo gás argônio. Embora estes elementos sejam abundantes, eles têm pouca influência sobre os fenômenos do tempo. A importância de um gás ou aerossol atmosférico não está relacionada à sua abundância relativa. Por exemplo, o dióxido de carbono, o vapor d’água, o ozônio e os aerossóis ocorrem em pequenas concentrações, mas são importantes para os fenômenos meteorológicos ou para a vida.

Embora constitua apenas 0,03% da atmosfera, o dióxido de carbono (CO2) é essencial para a fotossíntese e por ser um eficiente absorvedor de energia radiante (de onda longa) emitida pela Terra, ele influencia o fluxo de energia através da atmosfera, fazendo com que a baixa atmosfera retenha o calor, tornando a Terra própria à vida e à medida que subimos esse calor vai diminuindo.

O vapor d’água é um dos mais variáveis gases na atmosfera e também tem pequena participação relativa. Nos trópicos úmidos e quentes constitui não mais que 4% do volume da baixa atmosfera, enquanto sobre os desertos e regiões polares pode constituir uma pequena fração de 1%. Contudo, sem vapor d’água não há nuvens, chuva ou neve. Além disso, o vapor d’água também tem grande capacidade de absorção, tanto da energia radiante emitida pela Terra (em ondas longas), como também de alguma energia solar. Portanto, junto com o CO2, o vapor d’água atua como uma manta para reter calor na baixa atmosfera. Como a água é a única substância que pode existir nos três estados (sólido, líquido e gasoso) nas temperaturas e pressões existentes normalmente sobre a Terra, suas mudanças de estado absorvem ou liberam calor latente. Desta maneira, calor absorvido em uma região é transportado por ventos para outros locais e liberado. O calor latente liberado, por sua vez, fornece a energia que alimenta tempestades ou modificações na circulação atmosférica.

O ozônio (O3), tem presença relativamente pequena e distribuição não uniforme, concentrando-se entre 10 e 50 km (e em quantidades bem menores, no ar poluído de cidades), com um pico em torno de 25 km. Sua distribuição varia também com a latitude, estação do ano, horário e padrões de tempo, podendo estar ligada a erupções vulcânicas e atividade solar. A formação do ozônio na camada entre 10-50 km é resultado de uma série de processos que envolvem a absorção de radiação solar. A concentração do ozônio nesta camada deve-se provavelmente a dois fatores:

(1) a disponibilidade de energia ultravioleta e;
(2) a densidade da atmosfera é suficiente para permitir as colisões necessárias entre oxigênio molecular e oxigênio atômico.

A presença do ozônio é vital devido a sua capacidade de absorver a radiação ultravioleta do Sol. O átomo livre restante (na formação do ozônio) recombina-se novamente para formar outra molécula de ozônio, liberando calor. Na ausência da camada de ozônio a radiação ultravioleta seria letal para a vida.

Além de gases, a atmosfera terrestre contém pequenas partículas, líquidas e sólidas, chamadas aerossóis. Embora a concentração dos aerossóis seja relativamente pequena, eles participam de processos meteorológicos importantes. Alguns aerossóis funcionam como núcleos de condensação para o vapor d’água e são importantes para a formação de nevoeiros, nuvens e precipitação. Outros podem absorver ou refletir a radiação solar incidente, influenciando a temperatura do ar. Assim, quando ocorrem erupções vulcânicas com expressiva liberação de poeira, a radiação solar que atinge a superfície da Terra pode ser sensivelmente alterada.

CT: A absorção de calor nos diferentes níveis da atmosfera varia. A senhora pode falar um pouco mais sobre os motivos pelos quais isto ocorre?

ET: A atmosfera é subdividida em camadas, de acordo com o perfil vertical médio de temperatura. A camada inferior, onde a temperatura decresce com a altura, em função da diminuição da quantidade de gases, é a troposfera, que se estende a uma altitude média de 12 km. Nesta camada a taxa de variação vertical da temperatura tem valor médio de 6,5°C/km. Na troposfera as propriedades atmosféricas são facilmente transferidas por turbulência de grande escala e mistura. O seu limite superior é conhecido como tropopausa.

A camada seguinte, a estratosfera, se estende até aproximadamente 50 km. Inicialmente, por uns 20 km, a temperatura permanece quase constante e depois cresce até o topo da estratosfera, a estratopausa. Temperaturas mais altas ocorrem na estratosfera porque é nesta camada que o ozônio está concentrado. O ozônio absorve radiação ultravioleta do sol. Consequentemente, a estratosfera é aquecida.

Na mesosfera a temperatura novamente decresce com a altura (não há ozônio presente) até seu limite superior, a mesopausa, que está em torno de 80 km, onde atinge -90°C. Acima da mesopausa, e sem limite superior definido, está a termosfera, onde a temperatura é inicialmente isotérmica e depois cresce rapidamente com a altitude, como resultado da absorção de ondas muito curtas da radiação solar por átomos de oxigênio e nitrogênio. Embora as temperaturas atinjam valores muito altos, estas não podem ser comparadas àquelas experimentadas próximas a superfície da Terra. Temperaturas são definidas em termos da velocidade média das moléculas. Como as moléculas dos gases da termosfera se movem com velocidades muito altas, a temperatura é obviamente alta. Contudo, a densidade é tão pequena que muito poucas destas moléculas velozes colidiriam com um corpo estranho; portanto, só uma quantidade insignificante de energia seria transferida. Portanto, a temperatura de um satélite em órbita seria determinada principalmente pela quantidade de radiação solar que ele absorve e não pela temperatura do ar circundante.

Entre as altitudes de 80 a 900 km (na termosfera) há uma camada com concentração relativamente alta de íons, a ionosfera. Nesta camada a radiação solar de alta energia de ondas curtas (raios X e radiação ultravioleta) tira elétrons de moléculas e átomos de nitrogênio e oxigênio, deixando elétrons livres e íons positivos. A maior densidade de íons ocorre próximo a 300 km. A concentração de íons é pequena abaixo de 80 km porque nestas regiões muito da radiação de ondas curtas necessária para ionização já foi esgotada. Acima de 400 km a concentração é pequena por causa da extremamente pequena densidade do ar, possibilitando a produção de poucos íons. A ionosfera tem pequeno impacto sobre o tempo, porém, é nela que ocorre o fenômeno das auroras. As auroras estão relacionadas com o vento solar, um fluxo de partículas carregadas, prótons e elétrons, vindas do Sol com alta energia. Quando estas partículas se aproximam da Terra, elas são capturadas pelo campo magnético da Terra e descrevem trajetórias espiraladas ao longo das linhas de indução do campo magnético terrestre, movendo-se para frente e para trás entre os pólos magnéticos sul e norte, onde são “refletidas” devido ao aumento do campo magnético. Estes elétrons e prótons aprisionados constituem os chamados “cinturões radioativos de Van Allen”. Algumas partículas acompanham o campo magnético da Terra em direção aos pólos geomagnéticos, penetrando na ionosfera, onde colidem com átomos e moléculas de oxigênio e nitrogênio, que são temporariamente energizados. Quando estes átomos e moléculas retornam do seu estado energético excitado, eles emitem energia na forma de luz, o que constitui as auroras.

CT: Existem exceções em relação a estas regiões, por exemplo, alguma que seja mais quente do que outras montanhas?

ET: Desconheço algum caso em que, naturalmente, o topo de uma montanha apresente temperatura mais elevada.

CT: Quando se começou a estudar estes diferentes tipos de temperatura conforme a altitude?

ET: O nome da ciência Meteorologia tem origem em uma obra escrita por Aristóteles c. 340 a.C., “Meteorológica”, que reunia o conhecimento da época sobre clima e tempo. O desenvolvimento científico da meteorologia ocorreu a partir do século 16, com o desenvolvimento de equipamentos de medição como o termômetro e o barômetro. Porém, as investigações sobre variação de parâmetros meteorológicos ao longo da atmosfera começaram com os irmãos Montgolfier, inventores franceses, do século XVIII, dos balões de ar aquecido. Depois de terem feito sua famosa volta sobre Paris, em 1783, muitos outros balconistas subiram aos céus com aparelhos meteorológicos rudimentares para medir a temperatura da atmosfera. A diminuição gradual da temperatura do ar e da pressão atmosférica foi experimentada e relatada pelas primeiras vezes. Em seguida, James Glaisher, meteorologista inglês, juntamente com o balonista Henry Coxwel, escreveu “Travels in the Air” (1871), sobre suas pesquisas sobre a atmosfera a bordo de balões. A partir daí, o conhecimento sobre a atmosfera foi só aumentando.

CT: Por fim, a senhora acredita que ainda existam muitos fatores a serem descobertos ou estudados em relação às temperaturas conforme altitudes?

ET: Em minha opinião, apesar de já se ter avançado muito sobre o conhecimento da atmosfera terrestre, ainda há muito que investigar, pois a dinâmica relação entre Terra e atmosfera é muito complexa e nem todos os fatores envolvidos nessa relação são bem compreendidos ou até mesmo conhecidos.

Fonte da Informação: http://www.comunitexto.com.br/

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Caminho das flores: projetos de manejo de flora garantem o cultivo sustentável das sempre-vivas no Alto Jequitinhonha



Nos confins dos Gerais, dezenas de comunidades extrativistas se espalham por pradarias repletas desempre-vivas (da família Eriocaulaceae), cuja maioria das espécies é endêmica da Serra do Espinhaço. Colhida durante o ano todo, a planta é um marco da economia de subsistência no Alto Jequitinhonha. De Serro a Diamantina, cerca de três mil famílias se ajustam a uma mesma cadeia produtiva. O biólogo do Instituto Pauline Reichstul, Renato Ramos, esclarece que pelo menos 20 municípios localizados entre as Serras Negra e do Cabral estão envolvidos direta ou indiretamente com a atividade. “O mercado de flores ornamentais gera renda para a população desde o início do século passado”, diz. “O pico da comercialização foi na Segunda Guerra Mundial, quando as flores eram utilizadas para a fabricação de arranjos fúnebres”, esclarece.

A coleta indiscriminada resultou, em 1997, na proibição do extrativismo, medida que gerou impacto imediato na rotina dos povos tradicionais. Do entrave, brotou o ímpeto capaz de transformar a realidade social dos moradores. Há 14 anos, diversos projetos de manejo controlado da flora são desenvolvidos em comunidades como a de Galheiros, na zona rural de Diamantina, e de Andrequicé e Raiz, distritos de Presidente Kubitschek.

As novas perspectivas asseguram fonte de trabalho e renda para inúmeras pessoas. “Os principais objetivos são diversificar a produção e incrementar os serviços, estimulando a capacidade de autogestão dos participantes”, afirma Ramos. Entre as ações – que contam com o apoio do SEBRAE, UFVJM e EMATER – destacam-se o cultivo de flores típicas em vaso para fins paisagísticos e a implantação de campos de flores experimentais para a confecção de artesanato. As práticas agregam valor aos produtos da flora nativa e garantem a oferta sustentável de matéria-prima, ampliando os potenciais do comércio local.

A região de biodiversidade farta tem no vínculo do sertanejo com as flores o caminho alvissareiro para a manutenção da cultura popular integrada ao meio ambiente. Não à toa o paisagista Roberto Burle Marx apelidou os campos rupestres do Cerrado de “o jardim do Brasil”.

Fonte da Informação: http://viajeaqui.abril.com.br/

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Raio- x da maior bacia hidrográfica do mundo


Amazônia, maior bacia hidrográfica terrestre, está localizada na faixa tropical da América do Sul, e abrange nove países. Ocupa uma área de 6,3 milhões de km2, e a maior parte dela se encontra em território brasileiro (4,8 milhões de km2).

Ela tem um papel fundamental no funcionamento do sistema climático da Terra, atuando como fonte de calor crítica para a atmosfera global. O processo se inicia mediante a evaporação do vapor de água à superfície e liberação de calor na média e alta troposfera através do calor latente de condensação das nuvens convectivas tropicais. Parte desse vapor de água precipita-se nas áreas de convecção e o restante é transportado pela circulação de grande escala na média e alta troposfera, fora dessas áreas, onde se resfria, emitindo radiação de onda longa (ROL).

A bacia amazônica é formada pelo rio Amazonas e seus afluentes. Estes estão situados nos dois hemisférios (no hemisfério norte e no hemisfério sul) e, devido a esse fato, o rio Amazonas tem dois períodos de chuvas, pois a época das chuvas é diferente no hemisfério norte e no hemisfério sul.

O rio Amazonas foi recentemente reconhecido como o rio mais extenso do mundo, no qual, ao longo da bacia, desembocam mais de mil afluentes, contribuindo com 15% a 20% da água doce para os oceanos, com expressiva quantidade de nutrientes. Esses nutrientes ajudam a alimentar a vida marinha, que, por sua vez, exerce um papel importante no balanço global do carbono, absorvendo importantes quantidades de carbono.


Rede de drenagem da bacia amazônica, extraída dos mosaicos das imagens JERS-1 no período de seca, a elipse vermelha destaca a zona de amplitude mais elevada com uma densa rede de drenagem, inserida na Formação Solimões. Fonte: livro Secas da Amazônia. Ed. Oficina de Textos.

Intensa precipitação e temperatura quase constante decorrente das elevadas taxas de radiação recebidas ao longo do ano fazem dessa região a maior floresta tropical úmida.

Esse ambiente é propício ao desenvolvimento de uma vasta diversidade de ecossistemas, gerando uma produtividade primária líquida de aproximadamente 10% de toda a produzida pela biosfera terrestre.

As secas severas decorrentes dos déficits pluviométricos anômalos observados em grande parte da região amazônica em 2005 e 2010 estimularam o interesse no entendimento das suas causas climáticas, bem como das suas principais consequências para a região, seja nas regiões de terra firme, seja nas regiões alagáveis.


Fonte da Informação: http://www.comunitexto.com.br/raio-x-da-maior-bacia-hidrografica-mundo/#.VVrA7Uuc87o