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quinta-feira, 26 de março de 2015

Conceitos em Ecologia da Paisagem





A Ecologia da Paisagem tem um papel importante nas tomadas de decisões sobre as áreas a serem priorizadas para conservação e restauração. Essa ciência busca entender como processos ecológicos são influenciados pelos padrões da paisagem, composta por mosaicos heterogêneos, estudando as maneiras como as espécies se concentram, dispersam, e se interagem nessa escala.

Nesses estudos são levantados os fatores determinantes da permanência das espécies, destacando aqueles que aumentam as ameaças às espécies. Por englobar ecossistemas nativos e aqueles gerados pelo homem, fornecem subsídios importantes para o planejamento integrado que objetiva conciliar a conservação da biodiversidade às atividades humanas.

Parâmetros espaciais

Enquanto em paisagens com alta proporção de floresta, a perda de hábitat é o fator mais importante para determinar a riqueza de espécies, em paisagens altamente fragmentadas, com menos de 30% de remanescentes, o tamanho e grau de isolamento dos fragmentos são os parâmetros mais relevantes para a manutenção da biodiversidade.

O tamanho influencia na probabilidade de extinção local das espécies, os fragmentos maiores têm a capacidade de abrigar populações maiores e, portanto, menos sujeitas às estocasticidades ambientais e demográficas.

Os fragmentos maiores levam vantagem por apresentarem maior heterogeneidade, maior quantidade de recursos, maiores chances de receberem migrantes e por possuírem áreas centrais maiores menos suscetíveis ao efeito de borda.

Por outro lado, o grau de isolamento está relacionado às chances dos remanescentes serem (re)colonizadas, influenciando na probabilidade de extinção local e nas perda de variabilidade genética e dos fenômenos deletérios por endocruzamento.

Além da distância entre os remanescentes, o isolamento depende também do tipo de matriz (áreas de não hábitat), da capacidade das espécies em atravessar as áreas de borda e de se moverem pela matriz.

Outros elementos que têm recebido especial atenção são os corredores e os stepping stones, como formas de aumentarem a conectividade da paisagem. Ou seja, influenciam no isolamento efetivo das populações, auxiliando os indivíduos a se movimentarem entre os fragmentos.

Parâmetros temporais

Além desses parâmetros espaciais, para o entendimento do efeito da fragmentação sobre a biodiversidade em uma paisagem, temos que considerar também aspectos temporais. Em muitos casos, há um tempo de latência entre a modificação da paisagem e a perda efetiva das espécies, criando se um débito ecológico que, muitas vezes, é representado pela espécies mais sensíveis e/ou ameaçadas.

A análise da dinâmica da paisagem é relevante porque indica que não basta olhar apenas para o padrão atual de diversidade, visto que, se o processo de fragmentação for recente, muitas dessas espécies podem não permanecer na paisagem num futuro próximo, quando a comunidade se estabilizar e se conformar à estrutura da paisagem atual.

Dessa forma, o estudo do processo histórico da modificação da paisagem pode ajudar a prever as perdas futuras a fim de que se possa atuar para que estas não aconteçam.

Fonte da Informação: http://www.comunitexto.com.br/

terça-feira, 24 de março de 2015

Hidrogeologia: o escoamento em um aquífero


O conhecimento dos aquíferos, da qualidade e da disponibilidade da água é um dos desafios do século XXI: os aquíferos são explorados ativamente de poços ou captações para fornecer água a uma população sempre crescente.

Os aquíferos

A água subterrânea fica contida em rochas denominadas reservatório. Num reservatório saturado, a água escoa: trata-se do aquífero. A água subterrânea não está totalmente disponível: a água de constituição está aprisionada nas redes cristalinas dos minerais; há também a água retida pelas pressões eletrostáticas da superfície dos minerais (água capilar e água pelicular); a água retida por absorção (água higrostática); e a água livre, a única que pode circular no aquífero (água de percolação).



 Água livre e retenção de uma rocha porosa. Retirado do livro “82 Resumos Geológicos”. Ed. Oficina de Textos

O topo do nível freático é chamado de superfície piezométrica: corresponde ao nível da água nos poços (pluvial). O bombeamento da água no aquífero modifica a superfície piezométrica. Os níveis d’água dos aluviões têm relação direta com os cursos de água superficial.

Os níveis d’água superficiais, de fácil acesso, são chamados freáticos. Os depósitos de água contidos em rochas impermeáveis são chamados de aquicludes. Os aquíferos artesianos são confinados e têm a superfície piezométrica acima do solo: a água jorra dos poços artesianos. Os aquíferos renovam-se por infiltração das águas superficiais.

O escoamento em um aquífero

A porosidade é a capacidade de uma rocha para reter determinada quantidade de água. Por fratura ou alteração, rochas pouco porosas no início ganham uma importante porosidade secundária.

A permeabilidade é a propriedade da rocha de se deixar atravessar pela água. Quando um volume de água Q escoa até a uma altura h numa rocha de uma dada seção, a velocidade de escoamento depende da permeabilidade K da rocha aquífera. K é dado pela lei de Darcy: Q = k A h/l, na qual

Q = quantidade de água que atravessa o meio (m3 · s-1);

A é a superfície (m2);

h, a diferença de altura;

l (m), o comprimento percorrido.

A rocha é chamada aquífera quando K > 10 m-4 · s-1.




Cone de depressão durante o bombeamento de um aquífero. Retirado do livro 82 Resumos Geológicos. Ed. Oficina de Textos.




Esquema dos aquíferos livres e confinados. Retirado do livro 82 Resumos Geológicos. Ed. Oficina de Textos.

As rochas mais permeáveis são rochas não consolidadas, não cimentadas, como as areias, os conglomerados. As águas escoam no aquífero por gravidade. O aquífero é definido pelas curvas de nível (interseção de um plano horizontal com os limites do aquífero), e a direção de escoamento é perpendicular às curvas de nível.

Fonte da Informação: http://www.comunitexto.com.br/

segunda-feira, 23 de março de 2015

Mostra retrata Serra da Mantiqueira, Cadeia do Espinhaço e outras paisagens mineiras



O artista plástico Mário Zavagli explora exuberantes paisagens mineiras na mostra“Gravuras e Aquarelas”, em cartaz na Galeria de Arte do Centro Cultural Minas Tênis Clube, até o dia 14 de junho. A visitação acontece de terça a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos, das 11h às 19h, com entrada Catraca Livre.






A exposição conta com 36 aquarelas e 26 gravuras, que retratam a Serra da Mantiqueira, a Cadeia do Espinhaço e outras paisagens mineiras.

As telas foram inspiradas em obras de artistas viajantes que passaram por vários cantos do Brasil no Século 19, pintando a flora e a fauna desses lugares. Eles partiam em missões diplomáticas e científicas para explorar as terras tupiniquins.


ONDE
Rua da Bahia, 2244
Lourdes - Centro
Belo Horizonte
(31) 3516-1000

diariamente de 18/03 (Qua) a 14/06 (Dom)
das 11:00 às 19:00
de 18/03 a 14/06
Terças, Quartas, Quintas, Sextas e Sábados das 10:00 às 20:00

Fonte: https://catracalivre.com.br/

Recursos florestais: copa das árvores e classificação





A copa é a parte estrutural da árvore que contém e dá sustentação às folhas, que são o componente que transforma a energia radiante do Sol em substâncias orgânicas por meio da fotossíntese. De forma simplificada, pode-se dizer que é a copa que alimenta a árvore inteira, uma vez que os carboidratos fotossintetizados são a fonte da energia utilizada por todos os componentes da árvore.

A medição da copa é, portanto, um importante aspecto no estudo da estrutura e do crescimento das árvores. Há uma grande diversidade de forma e arquitetura das árvores e de suas copas. Em algumas espécies, a copa tem uma estrutura bastante simples e o seu componente lenhoso é pouco relevante quando comparado com o tronco.

É o caso das árvores com copa colunar e excurrente, em que a importância da medição da copa se restringe ao estudo do crescimento da árvore. Já nas árvores com copa decurrente, esta tende a ter uma estrutura bem mais complexa e pode conter uma proporção apreciável do volume lenhoso e da biomassa total da árvore.

Nesse caso, a medição da copa pode ser um aspecto importante para a quantificação do volume lenhoso ou da biomassa da árvore. Há uma série de medidas que estão associadas à copa e a importância de cada uma delas depende do objetivo com que o levantamento florestal é realizado.

Em levantamentos voltados ao estudo do crescimento e da ecofisiologia das árvores e florestas, várias medidas da copa podem ser efetuadas. Já nos levantamentos voltados ao inventário da produção florestal, é comum se realizar apenas observações qualitativas da copa.

Classe de copa

A posição da copa da árvore em relação às demais àrvores na sua vizinhança é um atributo qualitativo frequentemente observado em levantamentos florestais. Esse atributo é geralmente chamado declasse de copa e é uma boa indicação da situação ecológica e silvicultural da árvore no local da floresta em que ela se encontra.

O quadro abaixo apresenta as cinco classes geralmente reconhecidas, iniciando pelas árvores mais altas e dominantes. Essas cinco classes não são necessariamente aplicáveis a todas as florestas ou em todos os locais de uma mesma floresta, não sendo incomum se utilizar um sistema de classificação com um número menor de classes.

A definição das classes é um pouco diferente em florestas nativas e em florestas plantadas, mas, para uma mesma classe, existe uma relação análoga entre esses tipos de floresta. A classificação das árvores segundo a sua copa está estreitamente ligada à classificação das árvores segundo o grau de sombreamento das árvores.


Classe de copa para árvores em florestas nativas e plantadas. Retirado do livro “Quantificação de Recursos Florestais”. Ed. Oficina de Textos.

Como pode ser observado no quadro, as classes de copa têm uma relação direta com o sombreamento da copa e, em alguns levantamentos, se utilizam classes de sombreamento no lugar das classes de copa.

Em florestas plantadas homogêneas, as espécies arbóreas plantadas são, via de regra, intolerantes à sombra. Assim, a classe de copa indica o sucesso da árvore no processo competitivo que se estabelece entre as árvores à medida que estas crescem, veja esquema a seguir.


Esquema ilustrativo das classes de copa das árvores numa floresta plantada: (1) emergente, (2) dominante, (3) codominante, (4) intermediária e (5) dominada. Retirado do livro “Quantificação de Recursos Florestais”. Ed. Oficina de Textos.

As árvores dominadas e intermediárias são as com menor crescimento e maior probabilidade de morte, uma vez que as espécies intolerantes são ineficientes quando sombreadas. A diferenciação das árvores por classe de copa só pode ser observada depois do estabelecimento da competição. Ela é uma indicação qualitativa segura de que a floresta plantada não é mais uma floresta jovem, tendo entrado na fase de maturidade.

Nas florestas tropicais nativas, as classes de copa são uma indicação da posição da árvore nos estratos verticais da floresta. A grande diversidade de espécies arbóreas nessas florestas inclui um amplo espectro de respostas ao sombreamento que vai desde espécies totalmente intolerantes até espécies perfeitamente adaptadas ao ambiente luminoso do sub-bosque da floresta. Assim, a interpretação ecológica da classe de copa de uma árvore depende do conhecimento da espécie e de seu comportamento quanto ao sombreamento.


Fonte da Informação: http://www.comunitexto.com.br/

Hidrogeologia: o escoamento em um aquífero

Hidrogeologia: o escoamento em um aquífero